quinta-feira, 22 de abril de 2010

Em defesa de Garanhuns - por Paulo Camelo

Garanhuns é uma cidade Cosmopolita sem domínio político familiar e sem líder burguês. À Direita carece de um líder burguês, enquanto que à Esquerda, autêntica, ainda não conseguiu ocupar o poder em nossa cidade, para que possamos tirar à prova dos nove. À Direita, defensora do capitalismo, não possui um "padrinho político" em nossa cidade, consequentemente ela se comporta como um barco à deriva e sempre procura abrigo no guarda-chuva dos políticos que nada têm em comum com a nossa cidade, a exemplo de Armando Monteiro, Sérgio Guerra, Maurício Rands, Inocêncio Oliveira, José Chaves, etc.

À Direita não têm Projeto Político Econômico para a nossa cidade, a Classe Empresarial é omissa quanto a questão política, a classe média e alta não quer saber da eleição para vereador, a juventude, que forma a maioria dos eleitores, está completamente sem rumo, o movimento estudantil inexiste, os educadores, em sua maioria, não contribuem com a formação cultural e política da juventude e a educação é muito tímida no que diz respeito aos ensinamentos voltados para o conhecimento do município com todas as suas virtudes, riquezas e problemas.

Convém lembrar que os alunos da UFAL, de Maceió, têm aulas práticas, em Garanhuns, quando visitam a nascente do Rio Mundaú. Contraditoriamente, a maioria da população sequer sabe dessa Nascente.

Por outro lado, à Esquerda, através do PSOL, apresentou o que há de melhor em termos de Propostas nas Eleições de 2008, para Prefeito, onde houve destaque para o Turismo e a nova CODEAM. Infelizmente a população insiste em votar errado e prefere os candidatos com mais poder econômico. Afinal, foram mais de 52 mil votos perdidos, ou seja, destinados para dois candidatos que não tinham nada a vê com a nossa cidade. O que falta então? Ser bem administrada. Esse é o grande nó que precisamos desatar.

Os políticos que administram nossa cidade cuidam tão somente da política de exclusão dos nossos conterrâneos do convívio social. Para facilitar o domínio político sobre os nossos conterrâneos, os governantes cuidam de apagar a nossa história. De que forma: não preservando o meio-ambiente, os imóveis históricos, a banda de música, a cultura, a nascente do Rio Mundaú, as festas tradicionais, o esporte amador e profissional, o emprego, as culturas das flores e do café, etc.

Além disso, está em vigor, o arcaico Plano Diretor, uma vez que não se pode construir edifício com mais de 3 (três) andares. Agindo assim, as pessoas perdem o amor pela cidade, permitindo o domínio político dos aventureiros. Não sou contra que pessoas de outras cidades participem da política local, mas que alguns deles têm culpa pelo nosso atraso, é pura verdade. Além do mais faz muitos anos que Garanhuns é administrada por pessoas de outras cidades, as quais não têm a mínima identificação com a nossa cidade, o que não ocorre com Caruaru e Petrolina.

Por se encontrar destruída, para muitos, Garanhuns já morreu há muito tempo. O que é mais grave é que a maioria da população ainda não conseguiu vestir a nossa camisa. O período de 2 anos do governo Silvino, mais 5 anos e 4 meses do atual governo de Luiz Carlos, tem como característica comum a perda dos 7 anos e 4 meses do governo Lula, uma vez que não houve apresentação sequer de um único Projeto de Desenvolvimento Sócio-econômico para a nossa cidade.

Garanhuns é assim, do Plano Diretor que a transforma numa cidade Nanica e que nem sequer cita onde será implantado o Distrito Industrial. Garanhuns é assim, da FAMEG que fecha suas portas porque alguns políticos não têm a disposição de lutar e questionar o poder privado que tanto fez para não termos a Faculdade de Medicina. Aqui não cabe a discussão de ensino público ou gratuíto, mas da cidade que foi atingida por um "educador", do Recife, com sede de dinheiro.

Por último quero dizer que Garanhuns perdeu substancialmente a sua população nativa. Hoje, ela está sendo repovoada por pessoas de outras cidades, as quais em sua maioria não perderam o vínculo com suas cidades de origem e consequentemente não transferiram os seus títulos de eleitor.

Paulo Camelo, engenheiro civil e militante do PSOL.
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