quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

A primeira grande derrota nacional de Eduardo Campos


O presidente Lula resolveu vetar a lei aprovada no Congresso Nacional na semana passava que redistribuía os royalties do Pré-Sal.

É muito dinheiro, e em determinados momentos da campanha política entre Serra e Dilma, monopolizou o debate.

Pois bem, foi gerada uma discussão nacional se esses royalties pertencem aos estados produtores ou devem ter uma distribuição com os demais estados da federação, já que os recursos minerais se encontram no subsolo nacional e, com a redistribuição, teríamos uma melhor adequação social, principalmente com os estados mais pobres podendo ter sua participação.

Estava tudo certo. Seria assim: 25% das receitas ficaria com os estados produtores. 44% iria ser dividido com estados e municípios brasileiros e à União restaria 22%. O restante, entendo, seria das empresas exploradoras.

Mas esqueceram de combinar com o presidente que afirmou que irá vetar. Assim, os estados produtores passam a fazer jus aos royalties integralmente. O principal beneficiado é o Rio de Janeiro, e o governador Sérgio Cabral sai fortalecido do embate público.

Já o governador Eduardo Campos foi pego de surpresa pela decisão do presidente. O pernambucano que assumiu uma liderança regional incontestada também foi um dos que assumiram a defesa pela divisão dos royalties por estados e municípios brasileiros.

Eduardo Campos ainda não deu nenhuma declaração pública de maior impacto a este respeito, deve estar esperando o momento de falar com Lula e principalmente com os futuros integrantes do novo governo.

Mas em um momento em que tudo estava dando certo para o neto de Arraes, essa decisão de Lula põe águas frias em seu grande projeto nacional que está apenas começando, de ganhar notoriedade e de se tornar um líder natural, não apenas pernambucano e nordestino, como já conseguiu, mas conseguir adesões do sul do país.

Agora o governador estava preocupado com as negociações por cargos no governo Dilma, a decisão de Lula é um desastre, que traz mais implicações de bastidores.
Particularmente concordo com Eduardo Campos na divisão desse quinhão brasileiro que é o Pré-Sal, e vejo nas recentes decisões do Governo Lula, as influências daqueles que assumirão o governo a partir de janeiro, a exemplo dos freios na economia com as novas regras de crédito no país. Junto deve vir aumento de juros para evitar a bolha inflacionária.

RÁDIO MÚSICA BRASIL MPB

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