sábado, 9 de outubro de 2010

Datafolha indica liderança de Dilma com 48% contra 41% de Serra


Divulgada neste sábado (9), a primeira pesquisa Datafolha após o primeiro turno das eleições aponta vantagem da petista Dilma Rousseff sobre o tucano José Serra (PSDB). Se a votação fosse hoje, a candidata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria 48% do eleitorado contra 41% do oposicionista ex-governador de São Paulo.

Em votos válidos, a ex-ministra-chefe da Casa Civil subiria para 54% contra 46% do tucano. Quatro por cento dos eleitores votariam em branco ou nulo e sete por cento estão indecisos, segundo o Datafolha. Na votação de 3 de outubro, Dilma ficou com quase 47% dos votos válidos contra pouco mais de 32% de Serra.

A pesquisa, divulgada na edição de domingo do jornal Folha de S.Paulo, foi realizada em 8 de outubro, ouviu 3.265 eleitores e tem margem de erro de dois pontos percentuais. O registro no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) leva o número 35114/2010. Os efeitos do retorno do horário eleitoral não foram captados completamente nessa amostragem.

Na sondagem feita entre 1 e 2 de outubro, antes do primeiro turno, Dilma aparecia com 52% das intenções de voto contra 40% de Serra. Os votos brancos e nulos eram 5% e os indecisos estavam em 3%. As perdas da petista não migraram para o rival tucano, mas sim para os votos em branco ou nulo e para os indecisos.

Em relação a essa pesquisa, a petista teve oscilação negativa, mas o adversário dela mal avançou. Na mesma fase da campanha de 2006, quando se enfrentaram Lula e o então candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, os percentuais foram parecidos para o governista e para o oposicionista.

Voto cristalizado e Marina

Para 89% dos eleitores, o voto no segundo turno já está decidido. Dez por cento avaliam que podem mudar de posição. Um por cento não sabe. O chamado voto cristalizado é uma das balizas dos candidatos para saberem até onde podem chegar em uma votação. Esse índice é maior no Sul (93%), onde Serra está à frente.

Entre os que votaram em Dilma no 1º turno, 91% pretendem repetir a opção, enquanto cinco por cento trocarão a petista por Serra. Para o tucano, 95% dos eleitores renovarão o voto em 31 de outubro, enquanto dois por cento bandearam para a petista, diz o Datafolha.

Entre os eleitores sem decisão final, há muitos que votaram em Marina Silva (PV) no primeiro turno. Segundo o Datafolha, 51% dos quase 20 milhões de votos dados à ex-ministra do Meio Ambiente migrariam hoje para Serra – mesmo número indicado em sondagens anteriores. Dilma, que chegou a ter mais de 30% nesse eleitorado, soma 22%.

Os simpatizantes de Marina que na véspera do primeiro turno tinham dúvidas sobre o voto no segundo turno eram 4%. Agora são 18%. Nove por cento pretendem anular ou votar em branco, diz o instituto de pesquisa. Para 56% deles, o apoio da candidata derrotada a Dilma ou Serra é irrelevante.

Lula, regiões e renda

A influência de Lula, determinante para a candidatura de Dilma no primeiro turno, é importante para 39% dos eleitores, afirma o Datafolha. A aprovação do governo dele é de 78%, com nota média 8,0 para a sua gestão à frente do Palácio do Planalto. Para 41% dos eleitores, a preferência do presidente é indiferente. Dezesseis por cento não votariam na candidata indicada por ele.

O principal bastião de votos de Dilma é o Nordeste, onde ela tem 62% das intenções de voto – o dobro de Serra. Nas outras regiões, o tucano está numericamente à frente da petista, mas sempre dentro da margem de erro, com exceção do Sul. No Sudeste, onde estão os maiores colégios eleitorais do país, o tucano tem 44% e a petista, 41%. No Norte/Centro-Oeste, o ex-governador tem 46% contra 44% da ex-ministra.

Nas faixas de renda, Dilma tem 52% dos votos de quem ganha até dois salários mínimos (até R$ 1.020), enquanto Serra tem 37%, segundo o Datafolha. De dois a cinco salários (de R$ 1.021 a 2.550), a petista tem 47% contra 41% do tucano. Entre cinco e dez salários (de R$ 2.551 a R$ 5.100), a preferida de Lula tem 40% contra 48% do oposicionista. Levando-se em conta os mais ricos, Serra tem 58% contra 33% de Dilma.

Tudo o que pensa o governador Eduardo Campos

Transcrevo a entrevista que o govenador reeleito Eduardo Campos concedeu para a Folha de Pernambuco.
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“Não disputei para lavar a alma”
DÉBORA DUQUE

O pleito de 2010 é sinônimo de triunfo para Eduardo Campos (PSB). O resultado colhido no último domingo o colocou na condição de governador reeleito com a maior votação do Brasil, em termos proporcionais (82,84%). Campos ocupa ainda a presidência nacional do PSB, partido que conseguiu aumentar sua cota de participação na política nacional. Mas no cálculo final do governador falta ainda uma peça importante: a vitória da presidenciável Dilma Rousseff (PT). Em entrevista à Rádio Folha FM 96,7, Campos falou das estratégias para a corrida presidencial, neste segundo turno, e das “injustiças” cometidas contra sua candidata. No plano local, manteve o discurso conciliador, agradecendo a sua eclética base de apoio e reeditando a promessa de não discriminar políticos adversários. Mesmo com todo capital político conquistado, disse que não ia ser picado pela “mosca azul” e, por isso, preferiu não adiantar suas perspectivas de alçar um voo mais alto em 2014.

VITÓRIA

Eu avalio com muita responsabilidade e emoção. Nós entendemos que foi uma expressão de reconhecimento ao nosso Governo. Os índices de votação bateram exatamente com a avaliação que o Governo tem de ótimo e bom. Vimos isso nas ruas durante toda a campanha. Te­mos consciência de que tem muito mais por ser feito para colocar Pernambuco neste ciclo de crescimento e expansão que o Brasil está vivendo. Inauguramos uma forma diferente de fazer política, distensionando o debate e respeitando as pessoas. Acho que tudo isso contou. Fizemos uma campanha elevada, animada, bonita. Um espectro de forças, um conjunto de apoio muito expressivo que a Frente Popular nos ajudou. Partidos, candidatos, parlamentares, prefeitos, ex-prefeitos, lideranças que se somaram nos municípios a despeito das diferenças municipais. Tudo isso foi contribuindo para uma vitória que aconteceu em todas as cidades e regiões do Estado. Temos 100 cidades onde o adversário não chegou a 10% dos votos. É um número muito forte. Essa força política que veio das urnas nós vamos usar para construir Pernambuco.

OBRAS

Vamos trabalhar em todas as propostas prometidas dentro de cronograma de quatro anos que temos para cumpri-las. Mas já estamos com algumas peças orçamentárias e encomendas de projetos para que a gente possa fazer como em 2006, quando nós nos comprometemos e entregamos. Com certeza, as primeiras obras serão na área de Educação e Segurança pública. Já estamos cuidando dos projetos executivos das UPAs de especialidades, licitando 11 novas escolas técnicas e começando a fazer o edital para a contratação das câmeras a serem instaladas no arco metropolitano, ou seja, uma série dos nossos compromissos já está rodando agora, ainda neste mandato.

OPOSIÇÃO

Não me cabe julgar a oposição. O julgamento tem que ser feito pelo povo. Vamos tocar para frente porque, em todo canto do mundo, tem governo e oposição. Minha preocupação é de trabalhar e desmontar completamente qualquer tipo de política que crie dificuldades para unir o Estado. Desde 2007, a gente procurou construir a base política, focando no resultado, no trabalho e no desenvolvimento. Saí da eleição vitorioso. Não disputei a reeleição para lavar a alma, mas sim para construir uma vitória e seguir trabalhando. Só há uma forma de agradecer isso. Primeiro, é sabendo ganhar, o que, às vezes, é mais difícil do que saber perder. Em 2006, mostramos que tivemos o discernimento de saber ganhar. Deus me deu muita maturidade para, já em 2006, ter sido o governador mais votado da história de Pernambuco. E, agora, eu peço de novo maturidade para que essa vitória seja do povo pernambucano. Não é a vitoria da raiva, mas do futuro.

BASE AMPLA

Essa base de apoio veio do segundo turno, em 2006. Fizemos daquela vitória um olhar para o futuro, sem fazer aquela velha política de trocar apoio por cargos. Implantamos um modelo de gestão inovador que o povo reconheceu. A melhor forma que a gente tem, na condição de governante, de agradecer aos partidos e políticos que estão com a gente, é fazendo um governo que funcione para o povo. Porque só assim o povo fica junto do governo e dos partidos que estão nos apoi­ando também. Se a gente faz um governo que acha que a maneira de agradecer o apoio é dando cargos para pessoas que, às vezes, não sabem trabalhar, termina prejudicando a população, o sucesso do governo e aqueles que estão consigo. O valor da gestão veio para a democracia e vai ficar.

PSDB

O fato é que eu já tive voto de prefeitos e candidatos do PSDB no primeiro turno, em 2006. A grande maioria dos prefeitos do PSDB foram, em algum momento, do PSB e foram ligados a meu avô, o ex-governador Miguel Arraes. Inclusive, o comandante do PSDB no Brasil e em Pernambuco, Sérgio Guerra, foi secretário nos dois governos de Doutor Arraes, em 87 e depois em 95. Então, quando Sérgio saiu do PSB levou pessoas que são nossos amigos, conhecidos, com quem a gente já fez campanha. Esse pessoal todinho, com raras exceções, já me apoiou em 2006, no primeiro turno. Isso não é nenhuma novidade. Eu mantive com eles uma relação de respeito. Quando eles saíram do PSB, eu não fui para rádios ou jornais falar mal deles. Não “truquei”. Não foi porque eles saíram do partido que eu fui para o palanque do adversário deles no município. A paciência e a capacidade de compreender é algo muito importante na vida pública, e como eu já vi o mar encher e secar, aprendi que a gente tem que ter a paciência de ver as coisas se acomodando. Por ter tido essa atitude, recebi o apoio deles em 2006. Quando veio a eleição municipal, eu poderia tê-los chamado e dito ‘filiem-se ao PSB, senão eu não apoio’. Eu não fiz isso. Eu vou trabalhar em parceria com todos os prefeitos independentemente de partido. Quero conversar com todos os 49 deputados estaduais, que têm que ter do governador o respeito de quem representa o povo, e se todos puderem apoiar o que entenderem que podem apoiar, muito bem, acho que será melhor para Pernambuco.

DEPUTADOS

É a bancada que o povo quis. Sempre há um nível de renovação no processo eleitoral para o parlamento. Se você for na série histórica, há uma renovação sempre nes­sa proporção. Todos os partidos da Frente cresceram. Não foi uma vitória do PSB. Eu acho que agora é observar os que chegam. Tem muita gente jovem e com talento chegando para tornar o parlamento mais próximo das ruas e da sociedade. No mundo inteiro, o parlamento vive um grande desafio: o de representar e o de fazer o acompanhamento e o controle do executivo.

PLANOS PARA 2014

O meu pensamento é dar conta do que eu pedi ao povo, que é governar por mais quatro anos. É ter os pés no chão e muita humildade para governar Pernambuco. Faz só cinco dias que me elegi governador com 82,8% dos votos. Se cinco dias depois eu já estivesse pensando em ser candidato em 2014, eu estaria desrespeitando quem confiou em mim. Eu não vou me deixar tocar por “mosca azul”, sou muito sereno nas coisas, tenho responsabilidade. Minha missão agora é trabalhar por Pernambuco, cumprir meu mandato.

PSB

Estamos muito felizes com o que aconteceu com PSB nessa eleição. Crescemos muito e de forma consistente. Ganhamos no primeiro turno três governos estaduais - Pernambuco, Ceará e Espírito Santo -, tivemos o campeão e vice campeão de votação para governador no País. Fizemos quatro senadores da República, 25 deputados e estamos no segundo turno em três estados e vamos ganhar nos três. O PSB vai ajudando a aproximar a política do povo, fazendo política com “largueza” e princípios. É uma eleição que marca uma mudança de patamar do partido na política brasileira

DILMA NO RECIFE

Na verdade houve um mesmo perfil do voto nas cidades acima de 50 mil habitantes, onde houve um crescimento da candidatura de Marina (Silva-PV) nos últimos dez dias. Se você comparar os números de Dilma com a nossa votação aqui no estado, vai encontrar um descasamento de cerca de 702 mil votos. Desses 702 mil, 521 mil estão dentro da Região Metropolitana. O que aconteceu, a meu ver, foi uma série de questões que, quando somadas umas as outras, formaram uma determinada situação. Um conjunto de fatos foi formando uma historinha que, na reta final, influenciou no processo de decisão do eleitor que não estava acompanhando a campanha todos os dias. Muita gente deixa para decidir só na última semana.

PREFEITO

Sabia há mais ou menos um mês que ele (João da Costa) vinha administrando essa situação (problema nos rins) para não atrapalhar a campanha. Foi um gesto que ele teve com a cidade que o elegeu e com a campanha. Nós vamos torcer e pedir a Deus que ele volte com saúde para tocar as obras e ações como prefeito.

VICE-PREFEITO

Milton (Coelho-PSB) é um servidor público muito experiente e vai fazer o que cabe a um vice fazer (substituindo João da Costa): seguir as determinações do titular, dar continuidade ao que João está fazendo e pode ter certeza que ele terá total lealdade no cumprimento desta tarefa. E qualquer dúvida que ele venha a ter, irá telefonar pra João, que vai estar se reestabelecendo. Vai dar tudo certo.

Enquete: Garanhuns depois destas eleições.


Perguntei antes das eleições sobre o futuro da nossa cidade, o que nossos e-leitores esperavam diante de qualquer que fosse o resultado. Tivemos o seguinte quadro:
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Não muda nada significativamente 54%
Irá melhorar e terá mais oportunidades 37%
Vai andar pra trás 7%
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Bem, diante de tantas candidaturas e tantas promessas, eu imaginei que teríamos um quadro mais otimista. O resultado, entretanto, mostra que as pessoas pensam o seguinte: Quem quer que seja, continua tudo na mesma. Mesmo no calor do momento eleitoral, nossos e-leitores mostraram esse descontentamento com nossa representação.
Felizmente, os pessimistas ao pé-da-letra, que acham que estaremos em marcha-ré, somam apenas 7% dos nossos e-leitores.
E os otimistas, aqueles que esperam uma mudança para melhor a partir desta eleição representam 37% dos opinadores bloguistas.

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