quinta-feira, 14 de abril de 2011

As placas tectônicas da política

Eita que agora o título ficou esquisito, mas vamos tentar explicar o que ele quer dizer.

A oposição pernambucana diminuiu para cinco gatos pingados na Assembleia Legislativa do Estado. Prefeitos de oposição se contam nos dedos. A aliança PMDB-DEM-PSDB tinha os três senadores de Pernambuco, agora levou uma virada e perde por dois a um. Houve uma implosão! Muita gente mudou de lado.

Então... a oposição foi embora. Mas os políticos não.

Arraes parecia ter acabado com a oposição. Ela sobreviveu. Depois, Jarbas, e ele viu crescer o neto de Arraes. Portanto, mesmo desgastada e surrupiada, a oposição faz parte do processo político, e achará a forma de voltar a emparelhar o debate.

Ressurgirá uma oposição em Pernambuco, mas não mais nos mesmos moldes da Aliança em torno de Jarbas. Aquela união morreu.



Quando parece o fim, fundam-se partidos, unem-se legendas, fazem-se novos acordos e, ao final, mexem-se as pedras do dominó, a ponto de muitos não mais saberem quem foi contra quem nas últimas eleições.

O desafio de Eduardo será sempre manter o grupo político imenso que o apóia coeso em torno do projeto socialista. Mas... até quando? Uma hora ou outra as diferenças vão aparecer perante os interesses eleitorais.

Daí pode vir a semente da nova oposição.

E as placas tectônicas?

Vejam esse partido do Kassab. Tá fazendo um buraco danado no DEM, que já foi PFL, que já foi PDS, que já foi ARENA,  e vai pra base de sustentação do governo Dilma. Ah, o PP, que mais ou menos tem a mesma linha, também. Aí quem era oposição (a vida toda) vai estar ao lado (de quem?) do PT.

Tem mais. Se vem esse rompimento do João Paulo com o PT e ele sai candidato a prefeito na capital, será contra quem? A criatura: João da Costa. Lembram? João é João! Aí danou-se, o que é situação e oposição muda a cada eleição. E as peças periféricas vão junto, criando novos grupos políticos.

Chegamos às placas tectônicas, que causam terremotos quando se atritam, buscando se acomodarem.

É assim, quem está incomodado na situação, rompe e vai para oposição em busca de novos caminhos. Ao contrário, quem está na oposição e sente falta das benesses governistas, se ajeita pra lá e pra cá, até que acha um jeito.

Assim, o PSD vem com um monte de gente da oposição para o colo de Dilma, e mais cedo ou mais tarde, vai ter gente rompendo em busca de maior espaço para crescer politicamente. É assim, No Brasil, em Pernambuco e em Garanhuns.

A briga é pelo poder. Esquerda e direita acabam virando discursos ultrapassados neste Brasil sem respeito partidário.

RÁDIO MÚSICA BRASIL MPB

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