quinta-feira, 28 de julho de 2011

As drogas e a arte de Amy Winehouse e Fernando Pessoa - Por Marília Jaqueline


Amy modificou a estrutura da música, quando foi buscar referências artísticas das quais ninguém mais se lembrava. Não foi só "Rehab" que fez dela um mito na música, nem num sentido nem em outro.

Ela era talentosa e eu acho, ao contrário, que a música dela merece muito mais destaque do que propriamente os escândalos que protagonizou.

É fácil julgar os erros e as angústias dos outros ou ver só o que nos interessa. E hoje em dia a mídia quer fazer da vida do artista algo mais valioso que sua arte.

Fernando Pessoa era viciado em ópio. Mário de Sá Carneiro também. Morreram cedo, como a Amy, mas não passaram à história como drogados. Simplesmente porque ninguém saiu à rua para lhes dar essa pecha.

"Por isso eu tomo ópio. É um remédio.
Sou um convalescente do Momento.
Moro no rés-do-chão do pensamento
E ver passar a Vida faz-me tédio.

Levo o dia a fumar, a beber coisas,
Drogas americanas que entontecem,
Eu já tão bêbado sem nada! Dessem
Melhor cérebro aos meus nervos como rosas."

Isso é muito mais Rehab do que Rehab, e eu não vejo nenhum moralista sair pra bater no Fernando Pessoa. Pelo contrário, todos dizem que seus poemas são bonitos e de bom gosto.

Mas, enfim, cada um vê as coisas do ponto de vista que mais convém.

Eu é que não vou abir minha boca pra julgar a vida de quem não conheço.

Ela morreu. Jovem. É uma pena. Só.
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Marília Jaqueline.
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RÁDIO MÚSICA BRASIL MPB

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