terça-feira, 12 de dezembro de 2017

ALUÍSIO ALVES - Dez Anos de saudade no rádio de Garanhuns!



Nesta terça-feira, 12/12, completam dez anos da morte do inesquecível Aluísio Alves. O tempo passa rápido, mas as pessoas continuam demonstrando o carinho que tinham com Seu Aluísio, e o sentimento de gratidão por tudo que ele fez por esta gente e pela cidade. Acabei de ler um bonito texto de sua colega Arlete Santos, sua colega por muitos anos de trabalho.

Apresentador de um programa popular, com foco nas notícias policiais, Aluísio ia além, e transformou em um debate de prestação de serviços, fazia o bem para as pessoas, para Garanhuns e toda a região. Era também um espaço de debate político, onde recebia as personalidades que conversavam com a população. Líder de audiência e ouvido em todo o Agreste.

Além de tudo, era uma pessoa do bem, alegre, espontâneo e que conhecia todo mundo pelo nome, do governador ao mais humilde trabalhador que tenha passado por suas manchetes. Ao tratá-los, buscava incentivar-lhes a mudança de vida e de costumes.

De bem com a vida, Aluísio gostava da brincadeira, jogava bola, contava piadas, estava sempre arrodeado dos amigos e de sua família. Com seu tipo de trabalho, tinha tudo para ser uma pessoa reservada, não era! Cidadão comum, que caminhava tranquilamente atendendo amigos e conversando com as pessoas.

BOAS HISTÓRIAS

Aluísio tinha sempre uma história ou uma piada pra contar. Gostava de falar das coisas de rádio. Jogava bola e era atleta de domingo do Garoa, onde jogamos alguns anos na AGA. Viajamos também. Lembro de uma pelada em Batalha/AL, em um domingo pela manhã. Era difícil ver Aluísio carrancudo.

VISITAS A CANHOTINHO E COLÔNIA PENAL

Chamei Aluísio algumas vezes para conhecer a penitenciária de Canhotinho. Ele relutava, talvez com receio de encontrar homens que criticou na rádio. Até que um dia, numa formatura de mais de 60 detentos em um curso de panificação e pastelaria, promovido pelo Sebrae, Aluísio aceitou o convite. Lá chegando, aqueles mesmos homens se emocionaram, muitos deles chegavam para falar com Aluísio, pedindo desculpas, dizendo que tinham mudado, explicando suas situações, pedindo para ele mandar abraços para suas famílias, tal o respeito que aqueles mesmos homens tinham com o radialista. Incrível. Aluísio falou com todos. Era uma espécie de ídolo. Deu conselhos aos homens que ele mesmo havia noticiado suas prisões.

Outro dia, Aluísio foi à Colônia Feminina, quando ainda era em Garanhuns, e lá, foi homenageado, chegou a chorar, emocionado. Não imaginava! Conhecia mulheres que estavam presas, e ele não sabia.

Aluísio foi também à cadeia pública, pois sabia que tinha que conhecer a realidade daquela gente, até mesmo para criticar, mas também para humanizar ainda mais sua prestação de serviços. Passou a falar para as famílias daqueles detentos.

Aluísio era o mais importante radialista do interior de Pernambuco, gerente da imponente Rádio Jornal, a pioneira, e todo mundo ouvia a Ronda Policial, que hoje na voz do competente, inteligente e jovem Eduardo Peixoto. A Ronda até mudou um pouco seu perfil, deixando um pouco o impacto das notícias policiais para a prestação de serviços. O tempo do programa também é bem menos que as três, quatro horas, da época de Aluísio.

O padrinho faz uma falta danada nesses tempos de ebulição política, onde gente grande também está indo para a cadeia.

Tenho certeza que todo mundo muitas e boas histórias de Aluísio Alves.

RÁDIO MÚSICA BRASIL MPB

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