segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Levantamento do JC Agreste mostra menor crescimento de Garanhuns

Estatísticas são números frios. Alguns mostram melhorias, outros não. Neste final de semana o JC Agreste, informativo regional encartado no Jornal do Commercio, fez um levantamento do crescimento do número de veículos nas dez mais populosas cidades do Agreste Meridional, para provocar o debate sobre mobilidade urbana, que anda um caos.

Das dez cidades levantadas, Garanhuns mostra o menor crescimendo no número de veículos nos últimos dez anos, com 98,44%, ficando atrás de Limoeiro (108,58%), Caruaru (123,75%), Pesqueira (136,28%), Surubim (142,86%), Belo Jardim (159,39%), São Bento do Una (175,45%), Bezerros (184,23%), Santa Cruz do Capibaribe (197,53%), e Gravatá (197,53%).

É claro que os números são sintomáticos da expansão da capacidade econômica de uma população, que quando sobra dinheiro no bolso, busca se motorizar para dar mais conforto à família, soma-se a isto a facilidade de crédito.

Em uma rápida análise, vê-se a região de Gravatá e Bezerros, que foram as cidades que melhor estão explorando a BR-232 e, mais especificamente, Gravatá, que vem num boom imobiliário, trazendo muita gente da capital até para morar nos condomínios luxuosos. Não adianta mais achar que são apenas hóspedes de finais de semana. Gravatá está a apenas 40 minutos da capital. A depender do trânsito é mais fácil chegar lá que em alguns bairros do Recife.

Não aparece Toritama, talvez porque não esteja entre as dez mais populosas, mas acredito que se estivesse no levantamento certamente ocuparia uma das primeiras posições, a exemplo de Santa Cruz do Capibaribe.

Digna também está São Bento do Una, ocupando a quarta colocação entre as dez mais, e isto evidencia a retomada do crescimento econômico municipal, visto nos últimos anos, com foco na produção de aves e ovos, e os laticínios que exportam para todo o estado, algumas marcas têm distribuição em outros estados.

E vejam Caruaru, onde se reclama também o caos urbano por conta da quantidade de automóveis, está apenas na oitava posição. Porém, todas estas cidades com o dobro de automóveis de dez anos atrás, pouco ou nada fizeram para melhorar a mobilidade, com criação de novas vias de esgotamento, principalmente nos centros de suas cidades.

Garanhuns, portanto, está na rabeira, ocupa a última posição, sendo a única que não bateu a marca dos 100%. E por aqui o trânsito no centro da cidade está estrangulado, sem acesso. A Av. Barão do Rio Branco é um funil, onde várias ruas desembocam na Av. Santo Antônio com a passagem de um carro por vez. Aliás, a própria avenida principal do centro é um beco sem saída, que joga todos os carros para a Nilo Peçanha. A descida pelo SESC também já não suporta.

Imagine então se tivéssemos o crescimento de quase três vezes como as primeiras colocadas, onde iríamos colocar estes carros todos, se estacionamento já não tem para os atuais?

Precisamos discutir esta situação, pois não podemos ter um crescimento desordenado sem as alternativas de locomoção e mobilidade. Pois uma coisa é certa, o aumento da frota vai continuar.

E quanto à última colocação, é também sintomático do crescimento econômico municipal, que ficou abaixo das cidades mencionadas na reportagem.

RÁDIO MÚSICA BRASIL MPB

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