quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Deputados estaduais apresentaram 16 projetos concedendo homenagens a municípios - Garanhuns entre eles.


Capital do Leite, da Confecção, do Maracatu, do Queijo, da Renascença, do Doce… Esses foram alguns dos títulos dados através de projetos de lei aos municípios pernambucanos pelos deputados estaduais no ano passado. Em 2011, foram apresentados na Casa 16 proposições. As justificativas, em geral, seguem a mesma linha: homenagear uma atividade na qual o município se destaque ou uma personalidade local. Diversificados, os títulos são muitas vezes curiosos e, claro, divertidos. No entanto, levantamento feito pelo Diario apontou relação entre as propostas e o intuito de retribuir votos obtidos nas eleições.

Os deputados se defendem, alegando que os títulos são uma forma de oficializar uma denominação pela qual os municípios já são conhecidos. “Eles já recebiam este nome, mas não tinham o título legal. Daí surge a homenagem”, explicou o deputado Sebastião Oliveira (PR). Ele conta que foi o primeiro a apresentar esse tipo de proposição e que não pretende mais fazer. De acordo com o republicano, o ato se tornou comum entre os colegas. “Quando vi que tinha perdido o sentido, que começou a banalizar, deixei de apresentar”, reclamou. Para ele, os títulos não podem ser criados sem que haja uma história.

Talvez por isso algumas denominações estejam se repetindo. Uma rápida pesquisa é suficiente para identificar que muitas denominações requeridas são iguais. É o caso de Nazaré da Mata, que recebeu o título de Capital do Maracatu, comenda muito parecida com a de Aliança, intitulada Berço Imortal do Maracatu. Outro exemplo é o de Sanharó, a Capital do Queijo, ao passo que Venturosa se tornou a Capital do Queijo de Coalho. Se os nomes são quase os mesmos, as justificativas também não são diferentes. Eles argumentam, nos dois projetos, que as duas cidades têm grande produção de queijo.

Os deputados estaduais campeões de propostas de títulos para os municípios são Aluísio Lessa (PSB), Claudiano Martins (PSDB) e Sebastião Oliveira. Juntos, eles apresentaram 11 das 16 proposições de 2011. Outro importante ponto é que sete cidades que receberam projetos de denominação tiveram como autores os parlamentares que foram campeões de votos nos municípios. Claudiano Martins, por exemplo, apresentou matérias para quatro, sendo que, deles, o tucano obteve grande votação em três. No mesmo caminho seguem Sebastião Oliveira, Ângelo Ferreira (PSB) e Edson Vieira (PSDB). A exceção fica por conta de Lessa, que não foi o mais votado nas cinco cidades para as quais ele apresentou projeto.

Outra curiosidade é que boa parte das cidades agraciadas com título já possuía pelo menos um. O exemplo mais típico é o de Garanhuns, que acumula os de Suíça Pernambucana, Cidade das Flores e da Garoa. Quem também ganhou mais uma denominação foi Sanharó, que antes era a Capital do Leite e acumula agora o de Capital do Queijo. Também integra a lista Pesqueira, que passou a ser também a Capital do Doce. Ela já era a Terra das Caiporas e a Cidade Serrana. No caso de Aliança, a cidade era a Porta da Borborema e o Berço do Maracatu Rural. Agora é também o Berço Imortal do Maracatu.

Gean França, especial para o Diario

RÁDIO MÚSICA BRASIL MPB

Direitos do Autor

Copyright 2014 – RONALDO CESAR CARVALHO – Para a reprodução de artigos originais assinados pelo autor deste blog em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso,é exigida a exibição do link da postagem original ou do blog.