terça-feira, 24 de julho de 2012

O Marketing Pessoal na Política de Garanhuns


De uma forma rápida, que imagem vocês fazem do William Bonner, da Ivete Sangalo e do Neymar? 

Agora vamos para a política. Que imagem vocês do Lula, do Serra, do João da Costa e do governador Eduardo Campos?

Esta imagem que fazemos de personalidades, sejam elas do mundo artístico ou político, está em constante mutação, pois surge da quantidade de informações que temos sobre a pessoa em questão.

Quando esta informação é direcionada, ou seja, tem um trabalho profissional buscando criar uma imagem aparente, seja ela verdadeira ou não, temos o que chamamos de Marketing Pessoal. Muitos artistas precisam dela para se firmarem na mídia, e os políticos para se estabelecerem como bons administradores, de esquerda ou de direita, ecológicos, etc. Assim, quando um político pega uma criança no colo ou abraça um velhinho, chap! está querendo criar na cabeça do eleitor uma imagem de ternura. Se coloca um capacete da obra que está inaugurando, quer passar a ideia de trabalhador que pega no batente. O mesmo efeito se tem quando tira o paletó e a gravata, e arregaça as mangas, e por aí vai. 

Que imagem você faz de Zé da Luz, Silvino Duarte, Paulo Camelo e Izaías Régis?

Muitas vezes as visões se tornam estereotipadas. Uma qualidade ou um defeito passa a servir de definição a uma pessoa, quando na verdade a imagem se forma a partir de um conjunto.

Com um trabalho de acompanhamento profissional, as pessoas vão se moldando ao gosto do eleitor. Izaías está fazendo esta transição, buscando a mudança de seu perfil que vinha sendo rejeitado. Tem dado resultado.

Silvino é visto como conservador e bom administrador. Paulo é o anti-burguês.

Chegamos ao prefeito Luís Carlos, um exemplo de desconstrução da imagem política. Se chega ao final de sua gestão com uma rejeição consistente, parte dela se deve ao fato de não ter feito seu próprio marketing político, embora algumas pessoas culpem equivocadamente a sua comunicação.

É certo que Luís Carlos tem muito o que mostrar, principalmente na periferia da cidade, onde calçou e saneou bairros inteiros, mas não esteve lá, colocando o capacete, pegando na picareta e assentando o primeiro tijolo. 

Luís Carlos também tem sua própria comunicação debilitada, não é notadamente um bom orador, e se fez ausente dos meios de comunicação da cidade. São parcas as vezes em que esteve nas rádios, TV quase nada, jornais somente com a propaganda institucional... Lula até programa de rádio e coluna de jornal criou para se comunicar diretamente com a população. Um mestre da linguagem popular.

O prefeito é também uma pessoa ausente dos meios sociais. Não frequenta bares, restaurantes, supermercados, etc. Quando se vê Seu Luiz nas festas, sente-se que não é seu meio, não que seja certo ou errado, mas lembremos que é o prefeito da cidade, e estar presente faz parte da exigência do oficio. Seu Luís é caseiro, gosta de estar com a família, principalmente depois dos momentos dificeis que passou devido ao seu problema de saúde.

Da soma de tudo, forma-se a imagem política. Luís Carlos não deu respostas nos momentos difíceis de seu governo. Titubeou e não fez mudanças necessárias em seu secretariado, deixando que até seus auxiliares mais diretos fizessem críticas públicas ao seu governo. Assim, Luís Carlos perdeu a opinião pública e se desgastou perante a população.

O prefeito já vinha de um primeiro governo discutido e fez a leitura errada da sua administração. Achou que a população o reelegeu porque havia aprovado, não. Foi reeleito devido a não ter surgido uma candidatura consistente que tivesse o crédito da sociedade. Zé da Luz não teve o apoio da classe média e formadores de opinião, que preferiram continuar com Seu Luís que apostar no ex-prefeito de Caetés.

Portanto, Seu Luís, não sendo político, nunca demonstrou estar preocupado com sua imagem, e aí não foi um problema da comunicação, pois em vários momentos o governo teve midia espontânea nos principais jornais e tvs do estado, e principalmente em Garanhuns.

Por isto, não podemos confundir a imagem que se constrói de uma pessoa com a simples comunicação de um governo. 

Eduardo Campos é o maior exemplo que temos atualmente de imagem de um político. Da foto com a camisa do Salgueiro à inauguração (com capacete) do estaleiro em SUAPE, Eduardo conseguiu lucrar politicamente com os avanços do estado. Assim sendo, sua imagem é mais poderosa que a comunicação estatal. Eduardo estava lá desfilando na Sapucaí na homenagem a Luiz Gonzaga. Pernambuco inteiro viu. A oposição ao seu governo envelheceu, encolheu e desapareceu.

Luís Carlos fez muito na periferia, mas ficou distante dos acontecimentos, não vinculou sua imagem e não permitiu que as pessoas casassem seu governo às obras realizadas.

Quando estiver nos bairros e mostrar o que fez, estará fazendo que já deveria ter feito, para receber os créditos da população pelos serviços realizados. 

Silvino Duarte, que tem sua imagem de bom administrador, começa a defender o governo de Luís Carlos com mais disposição, e parece não temer a alta rejeição apresentada pelo atual prefeito. 

Estamos começando a campanha eleitoral, e temos quatro projetos totalmente diferentes como opção em Garanhuns. Qual a imagem você faz dos candidatos?

RÁDIO MÚSICA BRASIL MPB

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