segunda-feira, 8 de outubro de 2012

A (in)justiça democrática do quociente eleitoral na eleição para vereador em Garanhuns


Explicando rapidamente o que é o quociente eleitoral na eleição para vereador: Pegamos o total de votos válidos e dividimos pela quantidade de vagas. Em Garanhuns, esta quantidade de votos que garante um eleito foi um pouco superior a 5 mil votos. Vale salientar que ninguém sozinho alcançou esta marca, o mais votado foi Zaqueu Lins, com 2.862 votos. Assim, para se eleger vereador, o candidato precisa contar com o grupo que faz parte da sua coligação, pois cada vez que se atinge o quociente, elege-se um vereador.

É aí que chegamos ao que vamos chamar de injustiça, pelo olhar do voto individual.

Damásio ficou de fora com mais que o dobro de votação de Gil PM. Outros ficaram entre os mais votados, e não tiveram o gostinho de comemorar a vitória. 11 candidatos que não se elegeram tiveram mais votos que o policial militar. O fato se deve à falta de cauda, o nome que se dá aquele grupo de candidato que não têm votos para se eleger mas que conseguem 200, 300 votos e muitas vezes são muito bem votados, mas que não se aproximam da briga pela eleição. Estes candidatos acabam beneficiando quem está lá na frente e luta por vaga.

Alguns candidatos fazem a leitura de quantos votos precisam para se eleger por determinada coligação. Para Gil PM bastou pouco mais de 900 votos. Sivaldo Albino quando disputou para deputado precisava de apenas 20 mil votos, enquanto que Izaías precisou de mais de 35 mil eleitores. Se o garanhuense tivesse compreensão disto, talvez tivéssemos eleito os dois, pois Sivaldo não precisaria arrumar votos fora.

Damásio beirou 2 mil votos, mas junto com o médico dr. Pereira, os dois mais votados que ficaram de fora, estavam numa coligação fortíssima, com candidatos bons de votos e uma cauda sem tanta consistência. Assim, na distribuição pelo quociente, a última vaga acabou indo para outra coligação.

A coligação de partidos em que estavam Damásio e Ulisses Pereira, acabou somente fazendo dois, quando muita gente apostou que faria três garantidos e brigariam pela quarta vaga. 

O PV do Major Lucena não fez nenhum. A sua coligação foi muito fraca. Lucena teve pouco mais de 500 votos, e o outro vereador da chapa, Júnior Negrão, foi o grande fiasco da eleição, com ridículos 345 votos para quem detém um mandato e foi eleito há quatro anos com uma votação espetacular, principalmente no meio da população mais carente da cidade.

É injusto a divisão das vagas na câmara pelo quociente eleitoral? Dependendo do ponto de vista, é. Mas o processo eleitoral entende que a vaga é da coligação e não do candidato, assim, da soma dos candidatos é que se tem sua quantidade de vagas. Por isto, o grupo em que estava Gil PM fez por merecer a última vaga, e não a sua votação propriamente dita.

A questão é que o eleitor não vota na coligação, vota intencionalmente no candidato, e espera que os mais votados sejam eleitos. Simples assim.

De certo, vamos ter uma câmara quase que totalmente renovada. Voltam apenas Zaqueu, Sivaldo Albino, Gersinho Filho e Sílvio Sabino. Estarão também os ex-vereadores Audálio Filho e Cláudio Taveira. 

Portanto, sete caras novas estarão na nova Casa Raimundo de Morais: Carla Vilaço (melhor chamar a menina assim), Diretora Nelma, Haroldo Vicente, Luzia da Saúde, Alcindo, Paulo Leal e Gil PM.

E registre-se, que após uma câmara totalmente masculina, a nova legislatura contará com três representantes, de perfis totalmente diferentes, para representar as mulheres de Garanhuns.

RÁDIO MÚSICA BRASIL MPB

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