quarta-feira, 20 de março de 2013

Pernambuco perde o insubstituível Emílio Santiago. Fico com medo do futuro da música brasileira

Foto: Social1

O cantor Emílio Santiago faleceu, nesta quarta-feira (20), no Rio de Janeiro. O sambista estava internado no Hospital Samaritano, no Rio, desde o último dia 7, quando sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico. O lugar e o horário do velório do carioca que havia ganhado o título de cidadão pernambucano ainda não foram divulgados.

Com quatro décadas de carreira, iniciada em 1973, em festivais da Rede Globo, o carioca Emílio Vitalino Santiago é um dos mais destacados intérpretes da MPB. Sua discografia soma mais de 30 títulos, entre eles a série Aquarela Brasileira, com sete álbuns que venderam perto de 4 milhões de cópias.

O último disco do cantor é Só danço samba, gravado ao vivo e lançado em 2012 junto com um DVD. Emílio Santiago participou do Carnaval do Recife este ano. 



AGORA COMIGO: Emílio Santiago descobriu Pernambuco e estava vivendo intensamente o estado. Já estava morando em Olinda. Pra se ter ideia, o carnaval deste ano foi deslumbrante. Participou de várias prévias de blocos. Tivemos a oportunidade, eu, Sonita, Chico Alencar e sua esposa, Analice, de assistir ao grande intérprete no ensaio do Galo da Madrugada. Esbanjou simpatia. Atendeu fãs, muitos. Cantou, brincou. Analice, fãnzoca, assistiu Emílio a poucos metros do ídolo. Emílio participou também do desfile do Galo, onde deu a famosa canja dos famosos nacionais. Ganhou o título de Cidadão Pernambucano. Não era apenas da boca pra fora, como outros por aí. Emílio fez amizades verdadeiras, desinteressadas e apaixonou-se por nossa cultura, nossa cena cultural independente da grande mídia, e por isto se tornou de verdade um cidadão pernambucano nos últimos anos.

Tinha gente aqui de Garanhuns com contato direto que já estava agendando a vinda de Santiago para apresentações em nossa terra.

...E o mundo perde mais um bom representante da boa música. As rádios, Tvs, e o mundo da mídia em geral, onde incluímos a internet, não têm dado mais espaço para este tipo de artista, que privilegia a qualidade em detrimento do apelo fácil das massas. Insubstituível Emílio. Hoje a mídia está tomada por duplas sertanejas, funks, grupos de pagode de gostos discutíveis, músicas repetitivas e letras populares que tenham refrões simplórios com vogais e vogais, que peguem fácil. Tudo descartável. Músicas e músicos.

Ninguém se interessa mais em tocar música de qualidade. Com exceções. Claro, como Aninha Marques e Jonas Lira.

A música tem ficado mais imbecil. Não estamos conseguindo renovar nossos artistas, que vão morrendo e deixando espaços insubstituíveis na nossa música.

Fico com medo do futuro da nossa música.

RÁDIO MÚSICA BRASIL MPB

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