domingo, 28 de abril de 2013

Carta Aberta ao povo de Garanhuns - Por Josenilda Duarte


Meu primeiro exílio foi de Bom Conselho à Garanhuns. A distância de Garanhuns para Bom Conselho era uma distância de ir para a Europa, nesse tempo quando eu tinha 3 anos, há muitos anos atrás. Esse exílio foi graças à ousadia de um pequeno homem que naquele tempo era vereador - o tempo que os vereadores não ganhavam um tostão fazia o seu trabalho pelo amor a sua cidade e meio patriótico Esse homem, grande homem, vereador de Bom Conselho nos anos 50 teve que deixar Bom Conselho para não ser morto por fazer oposição ao coronelismo. Queimaram a pequena gráfica em que o meu pai fazia o seu Jornal e alguns serviços que era o nosso pão de cada dia. Queimaram, ameaçaram matar o meu pai, atiraram nos pés dele para que ele largasse o microfone...Saímos de Bom Conselho as carreiras para não matarem o meu pai, meu primeiro exílio!

Isso nos anos 50 do Brasil. Nos anos 70 já não eram os coronéis que tapavam a boca do povo com tiros, nos anos 70 foi o onipotente exército que entrava nas casas, nas escolas, nas Universidades, na vida do indivíduo e declarava à caça aos comunistas, numa caça medieval e arbitrária sem o indivíduo ter direito sequer de defesa. Essa foi a era da Ditadura Militar, 20 anos de massacre legítimo em nome da defesa do País contra o comunismo! Se fez a historia bárbara. O medo, as paranóias o olhar as voltas para correr dos dedos duros, toda essa história negra do nosso país, Brasil que te quero Brasil, vivida por minha geração, hoje contada nos livros e cantada nas músicas de Chico: ...?acorda amor...chama o ladrão, chama o ladrão!!!...

Hoje nos recantos da garoa, os que dizem terra das flores, em Garanhuns dos guarás, o espetáculo dos coronéis políticos (?...quem está contra mim vai comer o pão que o diabo amassou!) em plena Globo, à cores, repete a mesma história dos coronéis dos anos 50, da Ditadura dos anos 64 e à cores, ao vivo perseguem à modelo bem à Tio San, hoje, 2013, a bruxa, a Geni, aquela que o povo em delírio e ódio quer se vingar e bem a estilo do Afeganistão atirar pedras até a Geni morrer! Essa é a Garanhuns da garoa e das flores, buscam a todo custo sem direito à defesa, a bruxa para ser decapitada à cores e nas telas da Globo, em nome do combate a corrupção (será?!!!!será??!!!!) mostrar o herói, o delegado dos filmes de Cowboy, a entrega daquela que a cidade condenou. Lembram das imagens dos comunistas mortos a tiros nessa mesma Globo?

Numa das andadas entre as pequenas cidades da idade média da região Toscana da Itália, essa semana, chegamos a uma cidadezinha que ainda mantem o museu da tortura e a lâmina que decapitou os muitos que foram contra a igreja. Isso na praça hoje é um ponto turístico Vendo o espetáculo com o povo delirando na decapitação do indivíduo condenado pela igreja associei com a Garanhuns de hoje que a justiça(!?) em nome do combate a corrupção (será?Sera????) quer a cabeça da atual bruxa de Garanhuns, Emília! 

A história se repete porque o sentimento do ser humano continua como era na idade média, é só delírio de vingança perante a Globo a cores, naquela de ?quero mais,? ?quero mais? ?prende prende e cospe na Geni?.E a Globo, como nos tempos da ditadura só necessita de audiencia e está sempre presente e com as ditaduras. Garanhuns repete os anos 50 de Bom Conselho os anos 64 à 84 da Ditadura Militar em nome do combate à corrupção(!?será, será????Quem está pagando?) 

Ah, Garanhuns, te vi na idade média igualzinha a cidade da tortura da Itália que hoje é só museu, o pior é que tu és o presente na tortura ditatorial da nova ordem do poder no Brasil da ?lei?!

Nos países de primeiro mundo o cidadão só é condenado quando se tem 200% de provas, além do mais mesmo sendo condenado pela lei, essa mesma lei defende o direito assegurado pela lei que a defesa e o sigilo da identidade do indivíduo condenado. Jornal nenhum pode publicar nome ou fotos do indivíduo. Isso é em país civilizado! No Brasil a Globo e os jornais publicam toda a identidade do indivíduo acompanhado até do gato ou cachorro que o indivíduo tem e isso no espetáculo à cores bem à idade média para o público delirar, do indivíduo. Foi o Brasil da Ditadura, é o mesmo Brasil de hoje!

Garanhuns, hoje estou vivendo a história da idade média, meu tempo de criança com o meu pai sofrendo ameaças dos coronéis, o período da Ditadura Militar, tudo isso junto diante desse espetáculo grotesco, negro, bem à ditadura militar, em pleno 2013! Tudo parece mentira, como as mentiras da Globo, mas é a verdade da Globo e da nova ditadura! Hoje Garanhuns está entre o delírio dos que querem de vingar de Emília ao medo dos que viveram a ditadura militar ao sofrimento cruel das família com um povo sem memória, num processo perplexo e de panico que a ?justica? está espalhando como garoa na cidade das flores, o mesmo panico que a Ditadura espalhou 20 anos nesse Brasil também confuso em termos de democracia e direitos . 

Hoje declaro minha solidariedade de mulher a grande mulher que é Emília e com o meus irmãos e a família que está sofrendo, estou sofrendo com eles sem medo de sofrer junto à eles! 

Garanhuns, acorda para o tempo de verdadeira justiça o tempo de hoje 2013, saiam da era medieval, do atirar de pedras, o cuspir na Geni, do espetáculo da Globo e dos heróis da ? justiça? (será? será?)!
Considerando que:

"VOLTA À DITADURA. QUERIDA JÔ. O Brasil está vivendo um momento especial, difícil de explicar para pessoas não ligadas ao Direito. Existe um projeto para ser votado, chamado PEC 37 (Projeto Emenda Constitucional nº 37), cujo objetivo é confirmar o que está escrito na Constituição Federal: INVESTIGAR É PAPEL DA POLÍCIA. QUEM ACUSA NÃO PODE INVESTIGAR. Mas, o Ministério Público, com apoio da TV Globo quer mudar essa regra. Então, o Ministério Público pra mostrar serviço, anda fazendo prisões a três por quatro. E um dos critérios do Ministério Público é fazer investigação seletiva, ou seja, investiga quem quer, quando quer, sem prazo, sem regras, bem ao gosto dos tempos da ditadura, a serviço de quem pagar mais ou o que for. SUA CUNHADA PODE ESTAR SENDO VÍTIMA DESSA ANOMALIA. Por essa razão estamos fazendo campanha em favor da PEC 37. "

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Josenilda Duarte é irmã de Marlos Duarte, e cunhada de Emília Pessoa, ex-diretora do Hospital Dom Moura

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