segunda-feira, 17 de novembro de 2014

A corrupção na Petrobras, no Governo, no Congresso...

Quanto custa se eleger no Brasil? As eleições, em qualquer nível, estão cada vez mais caras e as campanhas, endinheiradas. Vejam na relação dos eleitos, provavelmente estarão lá no topo os que mais arrecadaram e investiram. O voto ideológico não elege mais ninguém. Até nos partidos de esquerda, onde vale o discurso, vejam também nos primeiros lugares os que mais gastaram.

Campanha agora é assim, um cabo eleitoral vale o que tem de votos. Pode ser um líder comunitário ou um prefeito. Parece que todos têm um preço. Poucos defendem um propósito.

Portanto, se eleger a qualquer cargo requer dinheiro. Muito dinheiro. E de onde vai se tirar depois este investimento? A gente faz contas e o saldo é sempre devedor.

É claro que não são todos, temos políticos compromissados com a moralidade pública, mas são cada vez mais vozes inaudíveis, pois o atual sistema favorece os mais ricos. Aliás, sempre foi assim, mas está pior.

Depois de eleitos, as negociações na base do toma-lá-dá-cá. Pode ser entrando na administração ou recebendo mensalinhos e mensalões. Acordos pré e pós eleitorais nas alianças partidárias, muitas delas fatiando o governo vindouro. Vereadores e Deputados Federais fazem o mesmo caminho, só alterando o destino e o montante das cifras. 

E quem investe quer retorno. O patrocinador quer algo em troca. Favores e contratos. No caso das empreiteiras, contratos milionários, bilionários. Para conquistá-los, bancam campanhas com suas "doações", para manter a fome insaciável dos corruptos, e para que governos possam manter suas maiorias e se perpetuarem no poder.

É o corruptor que oferece ou o corrupto que pede? Não existe um sem o outro. E no modelo que foi criado o PT, a gente tinha a esperança que isto acabasse. Nada, é só dizer que o passado foi pior.

Fica a impressão que a Petrobras é somente um exemplo do que acontece em outras estatais. Que da soma de todas elas, temos então o retorno daquele "investimento" que falamos no início deste texto.

Tá tudo errado. A cada novo escândalo nacional, a conta é maior. 

A política está apoiada sobre alicerces podres, onde as negociatas estão acima dos anseios do povo. Esta foi a voz das ruas no ano passado, que os políticos fizeram de conta que não escutaram, pois sabiam que podiam confiar nas urnas. 

Da Petrobras aos descaminhos nas prefeituras, que em nível menor, bem menor, claro, têm também suas "alternativas", temos um quadro desastroso do atual momento da administração pública no Brasil e sua correlação com a política corrupta.

A gente precisa de governantes que se comprometam em acabar com a corrupção, e não que se defendam dizendo que os outros também faziam.

O povo também tem sua parcela, ao eleger errado e aceitar a corrupção próxima de si. É uma questão cultural, infelizmente, e de falta de educação, de cidadania!

Mas não podemos culpar este mesmo povo pela criminalidade instalada nos governos, claro que não. A corrupção da forma como vai se desvendando é responsabilidade de gente que se corrompe pelo poder. E que deve responder por isto na forma da lei! O povo, nação, não é cúmplice, é vítima.

RÁDIO MÚSICA BRASIL MPB

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