quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

IMPEACHMENT: Dilma nas mãos do PMDB, tem o que Temer?



O impeachment da Presidente Dilma, antes impossível, passou a ser assunto natural nas rodas de conversas políticas, isto porque a eleição da Câmara dos Deputados mostrou a perda de poder do governo sobre a Casa Legislativa. Somando os votos conseguidos por Eduardo Cunha (PMDB), que lhes deram a vitória no primeiro turno, aos conseguidos pela oposição, representada por Chico Alencar e Júlio Delgado, representa mais de 70% sobre os votos conseguidos por Arlindo Chinaglia, o candidato do PT, que teve pouco mais de 130 votos do total dos 513 deputados. Arlindo engavetaria qualquer pedido, Cunha não!

Isto mostra que a situação de Dilma na Câmara pode complicar, é lá que se inicia e é votado o impeachment. Para impedir, o Governo terá que abrir o cofre, que está cada vez menor, e ainda nomear um monte de gente, e disto o PMDB gosta, Aliás, o PMDB e todos os partidos governistas por natureza. A pressão pode ser por mais cargos e influência. 

Mas, se o PMDB pode ter o bolo todo, porque se satisfaria com uma fatia?

O partido tem hoje os presidentes das duas casas legislativas, com Eduardo Cunha, na Câmara, e Renan Calheiros, no Senado Federal, este é um aliado inconteste do Governo Federal, mas... E se o seu partido fosse promovido à Presidência da República?

De qual partido é o Vice-Presidente da República? PMDB.

Michel Temer trabalhou, em silêncio, pela vitória de Eduardo Cunha na Câmara. Herdaria o trono numa queda de Dilma. Uma espécie de Itamar Franco, daquela era Collor, só que mais articuloso e com poder sobre um grande partido. Naquela época, a presidência caiu no colo do mineiro, considerado meio excêntrico, digamos assim. Temer respira articulação política.

Para chegar aquele impeachment, alguns fatores foram fundamentais: Casos de corrupção; Perda de poder político; Perda de apoio da grande mídia e o povo nas ruas: Os Cara-Pintadas.

Além disso, Dilma e o Governo Federal têm quebrado prefeituras e estados, com repasses cada vez menores e obrigações cada vez maiores. A reclamação é generalizada.

Um quadro que se desenha parecido com aquele, embora o Governo possa dar a volta por cima, pois tem estrutura partidária, coisa que Collor não tinha.

As medidas duras anunciadas recentemente são anti-populares, está tudo aumentando, e o fogo amigo pode ser pior que a oposição para o Governo Federal, que perde a mão na economia, entra nas garantias sociais e vê a rejeição crescer a cada dia.

Collor tinha um PT feroz na oposição, coisa que Lula e Dilma não tiveram nestes 12 anos. Mas a oposição está se reconstruindo e vive o melhor momento pós-Lula.

Neste momento, o Governo Dilma precisa urgente do novo partido do Kassab, para tentar tirar o amplo poder do PMDB e fazer um furo nos partidos de oposição, atraindo com a chave do cofre quem queira se integrar à base aliada.

E aí? Vocês acham que veremos um novo pedido de impeachment sendo debatido no Congresso Nacional? Dilma tem o que Temer?

RÁDIO MÚSICA BRASIL MPB

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