sexta-feira, 31 de julho de 2015

Violência contra a mulher. Como prevenir?



A violência doméstica, em um passado não tão distante, era tido como um problema corriqueiro, que ninguém devia se meter, aliás, já dizia o ditado: "Em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher". Muitas vezes as famílias, principalmente os pais, não queriam que a filha voltasse pra casa, pois se casou, tinha que morar junto, mesmo que debaixo de cacete. Não podia ficar "falada" como mulher separada. 

A prática costumeira da violência dentro de casa, somada ao consumo da bebida alcoólica, que não deve ser visto como desculpa, e sim como incentivo para a violência, acabou criando gerações de casais que viviam sob o medo. A morte sempre rondou estas casas, e não incomum, fez guarida, ceifando vidas.

Gerações também sempre acharam certo matar, mesmo na dúvida de traições, pois era questão de honra. Para a morte, nenhum motivo será explicável. 

Os motivos para a violência passaram a ser os mais banais, e chegou um momento que nem precisa mais. Bate porque é mulher, e pronto!

A força machista na cabeça de uns imbecis tem que sempre ditar as regras, e o braço tem que punir ao menor sinal de ruptura deste poder.

Com o avanço das informações, sobre todas as classes sociais, e a criação de instituições e mecanismos de defesas destas mulheres, muitas foram criando coragem de se libertar, e imaginar um mundo feliz, cuidando de suas próprias vidas, e na maioria das vezes dos filhos gerados nos momentos de felicidade com seus algozes. Não dá pra ser feliz vivendo junto, separa e cada um vai buscar outros caminhos para viver em paz.

Mas a vingança bate na mesma porta. Há quem não aceite estas guinadas à felicidade particular, e tem sido muito comum o assassinato de ex-companheiras que sonharam com um mundo sem violência dentro de casa. É neste momento que a presença do estado tem que ser firme, e a sociedade oferecer oportunidades de mudança de vida para estas mulheres.

O caso da menina Joana Beatriz é outra história, com final triste, e olha que nem teve final. Não tivemos desfecho, não sabemos o que aconteceu nem quem a matou. Morrer por ser mulher, diante da violência sexual. 

A sociedade moderna precisa continuar ajudando estas mulheres, e cada vez mais o desafio é a prevenção. Como saber em que casa virá o próximo caso? Somente com a denúncia de amigos e vizinhos, e o incentivo que as mulheres possam falar o que passam, sem colocar em risco suas vidas e dos seus filhos, poderemos evitar mais tragédias.

Nos jornais, blogs e programas de rádio, sempre há relatado um caso de violência contra a mulher. Se por um lado mostra o problema social, por outro evidencia que elas estão criando coragem para denunciar. Redes de proteção à mulher, vigilância presente, e punição aos criminosos, mostrando que não há impunidade.

Mas está claro que ainda assim precisamos fazer mais, para evitar que vidas sejam perdidas por monstros, que um dia elas ousaram amar. Os casos estão aparecendo com infeliz naturalidade.

Temos acompanhado a ação missionária de pessoas e autoridades em Garanhuns no combate à violência doméstica, ampliando o debate em escolas, associações comunitárias, internet... Imaginem se tivéssemos a omissão? O quadro seria devastador. 

Mas precisamos fazer mais. E no plural, todos nós.

Este debate vai além das forças de segurança estabelecidas, mundo jurídico e leis que possam punir os autores de criminalidades. Todos podem e precisam fazer mais.

Denuncie a violência contra a mulher, e dê sugestões de combate a este drama sócio-familiar.

RÁDIO MÚSICA BRASIL MPB

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