segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

O que é de fato a privatização dos parques e praças de Garanhuns?


Campo do Parque, construído com recursos do FEM do Governo do Estado,  em parceria com a prefeitura, pode ser gerido por empresas terceirizadas e cobrar pelo uso


A Câmara de Vereadores de Garanhuns vota nesta segunda-feira (e neste momento não sabemos o resultado, mas deve ser favorável ao projeto do prefeito) a autorização para que o município possa colocar praças, parques e locais de prática desportiva (como quadras e o novo campo do parque) sob a administração de empresas e pessoas físicas, em forma de adoção, mas que na prática gera uma privatização branca, pois a nova gestão poderá colocar publicidade para gerar receita, para, em tese, bancar a manutenção, mas o projeto não limita a arrecadação com esta publicidade.

A defesa do projeto verbalmente diverge do que está escrito, tem tratado de outra situação, onde o próprio prefeito diz é para autorizar o funcionamento de restaurantes e equipamentos turísticos, como a pista de sky.

Contudo, não é isto que está no projeto. O que tem lá é a adoção por parte de terceiros para gerir os parques, praças e locais de prática desportiva.

Conciso, o projeto não trata de temas periféricos, como a questão  da segurança, como bem lembrou Gláucio Costa, ou como a publicidade pode ser colocada. Imagino que poderá se colocar out-door circundando o Parque Euclides Dourado, para dentro e para as ruas do entorno.

Ou o Relógio da Flores pode ter um out-door de fundo, aparecendo em todas as fotos dos turistas. 

Na prática, o que parecia ser uma preocupação com a manutenção dos espaços públicos municipais, pode acabar servindo como fonte de receita, que vai para a iniciativa privada.

Seria interessante esclarecer definitivamente para a população, assim como a responsabilidade da empresa que ganhou o contrato de publicidade nas paradas de ônibus. Qual sua responsabilidade sobre a manutenção e os meios que a população pode cobrar as melhorias e consertos. Esta questão Gláucio Costa também tem discutido no Pé-de-Conversa com Marcos Cardoso.

Quanto aos espaços de prática desportiva, fica também uma dúvida quanto ao campo do parque, que está sendo construído com dinheiro do FEM, do Governo do Estado. Não tem lógica depois do pronto cobrar para os atletas jogarem se a empresa que ganhar a "adoção" não fez o investimento. 

Vamos aguardar os esclarecimentos.

RÁDIO MÚSICA BRASIL MPB

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