sábado, 27 de fevereiro de 2016

PT bate forte no rumo da economia do Governo Dilma. Confira o documento apresentado pelo Diretório Nacional

O futuro está na retomada das mudanças 
Proposta para discussão do Diretório Nacional



O Brasil atravessa período de crise e turbulência, em que se confrontam distintas visões sobre o desenvolvimento nacional, expressando interesses de classe e projetos políticos que se contrapõem na sociedade e no Estado. 

Vivemos, de fato, uma encruzilhada entre o passado e o futuro. 

As forças conservadoras -- representação política do grande capital rentista, local e internacional -- desfecham ofensiva para impor um programa de retrocesso, marcado pelo retorno agravado das ideias neoliberais. Sua ambição é resolver as dificuldades econômicas e fiscais com redução de direitos sociais previstos na Constituição de 1988, corte de gastos e de investimentos públicos, queda real de salários, proteção do lucro financeiro, privatização de empresas estatais e aliança subordinada às principais potências capitalistas. 

O ponto de vista desses setores é velho conhecido do povo brasileiro...

O bloco progressista, liderado pelo PT, peleja por outro caminho -- dentro e fora das instituições -- incluindo o governo de coalizão liderado pela presidenta Dilma Rousseff .

...Esse ciclo (econômico), no entanto, começou a se esgotar durante o governo da presidenta Dilma Rousseff, particularmente quando a longa crise de superprodução do mundo capitalista levou à depressão de preço e volume dos produtos extrativistas....

...As finanças públicas, afetadas pela queda do crescimento e pela expansão dos subsídios fiscais, começaram a entrar em crise aguda a partir do terceiro trimestre de 2014, com a emergência de cenário recessivo, posteriormente exacerbado pela escalada da taxa básica de juros. ..

...O aumento da taxa Selic, em 2015, levou o Brasil a um déficit nominal de 10,34% do PIB, contra 6,05% em 2014, com o pagamento de juros nominais que saltaram de R$ 311 bilhões (5,48% do PIB) para R$ 501 bilhões (8,41%). Se a taxa básica estivesse congelada pela média de 2014, a diferença de R$ 190 bilhões teria neutralizado o déficit primário de R$ 111,24 bilhões e gerado folga de quase R$ 80 bilhões para investimentos, mantida a dívida bruta em 66,2% do PIB...

...Até mesmo o economista-chefe para a América Latina da Standard & Poor’s, Joaquín Cottani, insuspeito de heterodoxia, propôs a redução imediata da taxa Selic dos atuais 14,25% para 7,25% anuais, com o propósito de derrubar o déficit nominal brasileiro para 2,5% do PIB até o final de 2017. De quebra, o impulso à recuperação da economia possivelmente levaria à expansão da base de cálculo, diminuindo a participação da dívida sobre o produto interno... 


AGORA COMIGO: O texto acima não é de um partido da oposição e sim do próprio PT, e abre um documento de 16 páginas, onde critica abertamente a condução da economia no Governo Dilma e sugere mudanças radicais, longe do que está sendo feito. 

O partido chega a concordar com agências internacionais.

O documento foi divulgado nesta sexta-feira (26) pelo Diretório Nacional do partido, que o chamou de "Programa Nacional de Emergência", com 20 propostas, que vão da redução da taxa básica de juros, a volta da CPMF e um reajuste de 20% no Bolsa Família. 

O documento servirá de proposta para discussão do diretório nacional.

RÁDIO MÚSICA BRASIL MPB

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