segunda-feira, 7 de março de 2016

HISTÓRIA DE PERNAMBUCO: O Bicentenário da Revolução de 1817



O Diario de Pernambuco inicia hoje uma contagem regressiva que já é histórica. Neste 6 de março se celebram os 199 anos da Revolução de 1817, o movimento democrático e republicano que nos legou a bandeira azul e branca e a Data Magna estadual. 

Preparando a comemoração do bicentenário deste evento tão significativo, o jornal vai resgatar, ao longo das próximas 52 semanas, a história de quem é hoje nome de rua, como Gervásio Pires, Padre Roma e Cruz Cabugá.

Confira nas edições.



A REPÚBLICA DE PERNAMBUCO

Quando chegou ao quartel do Regimento de Artilharia, no bairro de Santo Antônio, por volta das 13h de 6 de março de 1817, o brigadeiro português Manoel Barbosa não poderia imaginar que logo estaria morto. E, menos ainda, que o seu passamento daria início a um movimento político capaz de influenciar os rumos das histórias de Portugal e do Brasil. 

Pela manhã, Barbosa recebera do governador Caetano Pinto Montenegro a incumbência de prender alguns oficiais brasileiros da Artilharia, sob seu comando, acusados de conspirar pela independência do país. Já o brigadeiro Moscoso, comandante do Regimento de Infantaria, sediado em Olinda, deteria os seus subversivos, enquanto o marechal José Roberto Pereira faria os mesmo com os líderes civis da pretensa intentona. Os outros dois cumpriram as suas tarefas sem dificuldades. Só Barbosa deu azar. Em grande parte, por culpa dele mesmo.

O fato é que o brigadeiro se achava muito valente. Moscoso, por exemplo, mandou seus oficiais se apresentarem no Forte do Brum, sem lhes dizer o motivo. E, lá chegando, eles foram detidos. Barbosa, não. Ele quis prender os acusados na frente da tropa, para mostrar quem era o galo que cantava naquele terreiro. Aí, lascou-se. O capitão José de Barros Lima, apelidado de “Leão Coroado”, por ser muito valente e careca no topo da cabeça, porém com longos cabelos nos lados, parecendo uma juba, não acatou a ordem de prisão. Em vez disso, sacou espada e varou, de um lado para o outro, a barriga de Barbosa. E a revolução, planejada secretamente pelos maçons para rebentar daí a um mês, na Semana Santa, simultaneamente em Pernambuco, no Rio de Janeiro e na Bahia, nasceu de forma prematura no Recife.

Do quartel da Artilharia, o movimento ganhou as ruas de Santo Antônio, habitado pelos recifenses pobres e remediados (os ricos preferiam a Boa Vista). E invadiu o antigo bairro do Recife, onde ficava o porto e vivia a grande colônia portuguesa. 

No dia seguinte, o governador, que se asilara no Forte do Brum, capitulou. E os pernambucanos, reunidos no velho prédio do Erário, que fica onde é hoje o Palácio do Campo das Princesas, formaram o primeiro governo do povo brasileiro livre.

RÁDIO MÚSICA BRASIL MPB

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