O DEM (Democratas), partido conservador de filosofia política liberal, já foi o PFL que antes foi o PDS e antes ainda foi a ARENA, a Aliança Renovadora Nacional, partido que dava sustentação à ditadura militar. De lá pra cá muita coisa mudou e principalmente, muita gente mudou de lado, em sua maioria saiu da direita para a neo-esquerda governista. Os que ficaram perderam um pouco da identidade. (Os que saíram também, mas são amigos do poder)
O PSDB nasceu naturalmente de uma dissidência do PMDB, que ideologicamente está mais distante daquele MDB do que o próprio PSDB. O Brasil hoje está infestado de partidos de centro, aqueles que nem são uma coisa nem outra, porque ser radical não dá mais voto. A direita é vinculada à ditadura e a esquerda, ou melhor a extrema-esquerda não inspira governabilidade, portanto, partidos que ninguém sabe direito o que defendem, no Brasil são ótimos para políticos que também não têm o que dizer.
Alguém disse que time que não joga não tem torcida, acho que foi o Roberto Magalhães, um legítimo e respeitado representante daquele PFL que foi perdendo a identidade. A frase quer dizer no mundo da política que partido que não concorre em eleições para o executivo não forma militante nem tem eleitor. E eu completaria, time que não joga não forma seus craques. O DEM, ou PFL como muita gente ainda prefere, não renovou seus quadros. Tanto em Pernambuco quanto no restante do país as lideranças são as mesmas de 40 anos, alguns mais jovens receberam seus cargos por herança. Nenhum jovem quer ser hoje do DEM. Partido envelhecido.
Como ficou na sombra do PSDB no Brasil nos últimos 20 anos acabou por se tornar uma sublegenda nas campanhas presidenciais, igual a outras siglas que não têm sua história nem seus quadros.
Em Pernambuco aconteceu algo parecido mas não igual, pois aqui Jarbas Vasconcelos e seu PMDB apoiou Mendonça Filho para sua continuação, embora a campanha tenha naufragado.
Agora o prefeito bem avaliado de São Paulo, Gilberto Kassab, apresenta uma ideia do DEM juntar-se ao PMDB, partido fisiológico que tem o vice-presidente eleito, Michel Temer, e a força de vários ministérios na próxima gestão. Outra ideia seria fortalecer legendas medianas como PR, PL ou o PPS para formar um partido maior, com mais força representativa. O DEM ainda com seus problemas de identidade, elegeu dois governadores.
Mas as principais lideranças, principalmente os Maia do Rio de Janeiro, disseram não a Kassab, que já recuou. Porém a sugestão fez gerar um debate sobre a sigla e seu ressurgimento. Já é quase consolidado que o partido terá nome próprio para presidente em 2014.
Acho que é assim que tem que ser, gosto de primeiros-turnos com muitos candidatos, deveria ser obrigatório todos os partidos lançarem candidatos a todos os cargos, o segundo-turno existe justamente para que possam se unir depois e fazerem os casamentos das ideias. Mas também precisamos rever o sistema partidário e eleitoral brasileiro. Não podemos ter partidos que não representam nada e ninguém, e mais, continuar beneficiando quem tem dinheiro nas eleições, pois sabemos que cada um vai cobrar sua conta depois de eleito, e do jeito que está, estamos expurgando pessoas de bem do processo eleitoral porque não têm dinheiro para gastar com política.
Quanto ao DEM, o futuro pode ser uma volta ao passado, mas renovando discursos e caras.