Na tribuna da ALEPE, deputado mostra diferenças nos discursos do presidente e do governador. Foto: Roberto Soares |
A participação do presidente Jair Bolsonaro no primeiro dia da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York (EUA), na última terça (24), foi criticada pelo deputado João Paulo (PCdoB). Na Reunião Plenária desta quinta (26), ele contrastou o discurso do chefe do Executivo Federal com a participação do governador Paulo Câmara, no mesmo dia, na Semana do Clima, evento paralelo realizado pela organização The Climate Group.
“Na ONU, o presidente fez um pronunciamento virulento e primário, atribuindo os problemas do Brasil a inimigos imaginários. Atacou o cacique Raoni e despachou uma série de teorias da conspiração, como se vivêssemos na Guerra Fria”, avaliou o parlamentar. “A fala, além de causar perplexidade no mundo, teve consequências práticas: um grupo de congressistas norte-americanos apresentou resolução para cancelar a designação do Brasil como aliado preferencial extra-Otan e suspender todo o apoio militar e policial americano ao Governo brasileiro”, noticiou João Paulo.
Em comparação, o discurso de Paulo Câmara, que representou o Consórcio Nordeste na Semana do Clima, “sobressaiu-se como uma voz de bom senso nesta semana”, considerou o deputado comunista. “Ao mesmo tempo em que alertou para os riscos de retrocesso do Governo Federal no tema ambiental, nosso governador salientou que os Estados nordestinos se comprometem a cumprir o Acordo de Paris e a incentivar o uso de energias renováveis”, relatou.
O discurso de Bolsonaro na ONU também foi criticado pelo deputado José Queiroz (PDT). “As pesquisas de opinião mostram um presidente que está indo ladeira abaixo, mais desaprovado do que aprovado. Isso acontece porque ele não está correspondendo aos anseios nacionais. Ao contrário: suas práticas só fazem criar uma perspectiva negativa para o País”, avaliou.