segunda-feira, 31 de julho de 2017

Governo do Estado abre seleção simplificada para contratação de 30 profissionais para saúde


A Secretaria Estadual de Saúde (SES) abre seleção pública simplificada para a contratação temporária de 30 profissionais para atuarem na sede da pasta e também nas 12 Gerências Regionais de Saúde (Geres), distribuídas por todo o Estado de Pernambuco, assim como em unidades hospitalares para supervisão e outras atividades. As inscrições começaram na quinta (27.07) e seguem até o dia 11 de agosto. A seleção terá prazo de validade de vinte e quatro meses, prorrogável por igual período, a contar da homologação do resultado final, publicada no Diário Oficial do Estado de Pernambuco.

As vagas são para 12 engenheiros civis (sendo dez vagas para fiscal de obra, contratos e serviços; um para orçamentista e um para calculista), dois engenheiros elétricos, um engenheiro mecânico, cinco arquitetos, um técnico em eletrotécnica, um técnico em refrigeração e oito técnicos em edificações. A seleção pública será realizada em uma única etapa, por meio de avaliação curricular, de caráter classificatório e eliminatório. A divulgação do resultado preliminar da avaliação curricular será no dia 1º de setembro e resultado final no dia 20 de setembro pelo portal da SES:

As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas via sedex ou presencialmente na Diretoria Geral de Gestão do Trabalho, na Rua Dona Maria Augusta Nogueira, 519, no bairro Bongi/Recife. Os requisitos, atribuições, jornada de trabalho, vagas para pessoas com deficiência e remuneração podem ser consultados no edital, disponível no link abaixo:

Para se inscrever na seleção, o candidato deverá preencher o formulário de inscrição e o caderno de apresentação de documentos, devidamente acompanhados de cópias dos documentos comprobatórios das informações prestadas.

250 MIL PESSOAS CIRCULARAM PELO FIG, AFIRMA FOLHA DE PERNAMBUCO

Márcia Souto (Fundarpe), Fernanda Abreu e Marcelino Granja (Sec. Cultura)Foto: Elimar Pereira/Divulgação


Mais profissionais de imprensa da capital enaltecem o Festival de Inverno de Garanhuns. Confiram esta matéria da jornalista Roberta Jungmann, da Folha de Pernambuco, em seu blog.

https://www.folhape.com.br/robertajungmann/acontece/acontece/2017/07/31/NWS,36314,76,503,ROBERTAJUNGMANN,2467-250-MIL-PESSOAS-CIRCULARAM-PELO-FIG.aspx



COMPESA TEM BOA NOTÍCIA PARA VENTUROSA

Compesa inicia serviços de ajustes e interligações na rede de distribuição de água 
para passar a abastecer a cidade todos os dias



Com a Barragem Ingazeira vertendo, a cidade de Venturosa, na região Agreste, agora tem água suficiente para ser abastecida pelos próximos três anos. O manancial, que estava com menos de 50% da sua capacidade de acumulação, no começo deste mês, atingiu seu nível máximo, que é de 4,8 milhões de metros cúbicos de água, com as chuvas dos últimos dias. Ingazeira não sangrava desde o ano de 2010. Com a barragem cheia, a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) trabalha para fazer ajustes e interligações na rede de distribuição de água da cidade para retirar Venturosa do racionamento até o mês de setembro.

Mas já em agosto, a companhia vai diminuir o atual rodízio na cidade, de três dias com água e nove dias sem, para dois dias com água e dois dias sem o abastecimento. “Venturosa recebeu obras do Prored (Programa para o Fim do Racionamento e Redução de Perdas no Interior), mas como a cidade passou por diversos períodos em colapso, não foi possível fazer todas interligações das novas tubulações assentadas à rede já existente na cidade, nem os testes. A companhia já iniciou essas intervenções na rede”, esclarece o gerente de Unidade de Negócios da Compesa, Augusto de César Lima, lembrando que a cidade passou por um período de oito meses em colapso – de novembro de 2016 a junho deste ano – a população voltou a receber água nas torneiras no dia 13 de junho, quando a Barragem Ingazeira conseguiu acumular 17,7% da sua capacidade. 

Venturosa é uma das sete cidades que serão beneficiadas com o Sistema Adutor dos Poços de Tupanatinga, obra em execução pela Compesa e Governo do Pernambuco que vai antecipar o uso das tubulações já assentadas da Adutora do Agreste. A obra recebe o investimento de R$ 54 milhões, recursos do Ministério da Integração Nacional, para a perfuração da bateria de poços profundos, que irá fornecer uma vazão de 200 litros de água, por segundo. As obras estão em andamento e devem ser finalizadas em maio de 2018.

Em Pernambuco, Concurso Público oferece mais de 100 vagas e salários superiores a R$ 4 mil para nível médio e R$ 5,5 mil para nível superior. SAIBA MAIS!



O concurso público para o quadro de apoio do Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco (Concurso TJPE) já está recebendo inscrições.

São oferecidas 109 vagas – sendo 60 para técnicos de nível médio e 49 para analistas de nível superior – distribuídas em 15 polos de todo o Estado. Cinco por cento delas serão destinadas a pessoas com deficiência e 20% para negras respeitadas as condições do edital. Por se tratar de certame regionalizado, a prova do concurso TJPE deverá ser realizada no polo onde o candidato estiver concorrendo à vaga.

As inscrições iniciaram no dia 24 de julho, seguindo até às 23h59min do dia 24 de agosto de 2017, sendo o dia 25/08/2017 o último dia para o pagamento do boleto bancário, observado o horário de Brasília-DF. Interessados devem acessar o site do organizador, o Instituto IBFC (www.ibfc.org.br). A taxa de inscrição do concurso TJPE está fixada no valor de 63,00 para os cargos efetivos que exigem formação de nível superior, e R$ 55,00 para os cargos efetivos que exigem formação de nível médio.

Armando Monteiro disputa o Governo, o Senado ou a Câmara? Sílvio Costa quer o senador junto com o PT

Deputado Sílvio Costa tem sido fiel aliado de Lula e Dilma,
e pleiteia uma vaga para o senado, apostando ainda na união do PT e o PTB 


Magno Martins traz em seu blog que o PT bateu o martelo e decidiu que a vereadora de Recife, Marília Arraes será mesmo candidata ao Governo do Estado. A decisão mostra que o partido aposta suas fichas na força de Lula em Pernambuco, e se distancia do senador Armando Monteiro. Aliás, foi o próprio Armando quem buscou este distanciamento no pós-Dilma, aproximando-se do governo Temer e dos partidos adversários do PT, principalmente PSDB e DEM. 

Mesmo sem expressão no interior do estado, Marília Arraes só tem a ganhar, pois ampliaria seu eleitorado. Perdendo, volta para a Câmara Municipal e se cacifa para disputas futuras, com mais experiência política, que logicamente lhe falta. E se Lula se elege Presidente, ela fica com a faca e queijo na mão. Lula (ou quem quer que ele apoie) precisa de um palanque competitivo no estado. Até lá, tem três opções de diálogos, voltar a compor com Armando, conversar com o PSB de Paulo, ou seguir mesmo com Marília até a campanha. Candidatos e composições só se conhecem mesmo nas convenções!

Com a definição de Marília e com Paulo Câmara candidato à reeleição, e ainda nomes como Mendonça Filho e Fernando Filho buscando se viabilizarem, há quem acredite que Armando pode até deixar a corrida para o Palácio do Campo das Princesas e buscar sua reeleição para o senado, ou ainda, para não ficar sem mandato, concorrer à Câmara Federal. Em 2018, haverá a disputa para duas vagas de senador, atualmente ocupadas pelo próprio Armando e Humberto Costa, que deve disputar a eleição de deputado.

Se Armando consegue ter em seu palanque o PSDB e o DEM, deve disputar o Governo do Estado, mas sabendo que lutará contra duas máquinas, a do PT de Lula e a do próprio Governo Estadual. Pode ter como candidato a senadores Bruno Araújo ou João Lyra (PSDB) e Mendonça Filho (DEM). Mas os deputados que estão ministros podem, pelo andar da carruagem, e se o Governo Temer não emplacar, disputar também a reeleição à Câmara.

Se Fernando Bezerra Coelho sai do PSB e monta a campanha de Fernando Filho, Armando não é candidato ao Governo. E pode ir para o senado. Tem momentos que parece que Armando preferiria algo assim, pois conversou com o clã Coelho em Petrolina e Fernando Filho tem visitado bases de Armando no interior. Estaria no FIG na sexta-feira, e o convite à imprensa foi divulgado por pessoas da prefeitura, governada pelo petebista Izaías Régis, que é fiel aliado de Armando e opositor ferrenho de Paulo Câmara.

Do lado de Paulo, uma vaga para o senado já estaria ocupada por Jarbas. Outra poderia abrigar o DEM ou o PSDB para fechar a chapa. A vaga de vice também poderia estar disponível, confirmando-se Jarbas para o senado. Raul Henry (PMDB) poderia ir para a disputa de deputado. Pode voltar a ser Secretário. Conversas de bastidores afirmam que o ideal seria Fernando Filho, para o PSB seguir unido no estado.

Do lado do PT, uma vaga para o senado pode ser de João Paulo, mas este prefere disputar a Câmara dos Deputados, pois está há muito tempo sem mandato, e perdeu o senado na última campanha na reta final. Contra o Governo do Estado, pode não querer voltar a ter esta experiência. Se o PT não conseguir compor com outras legendas, pode dificultar o fechamento de uma chapa competitiva para Marília.

E Armando. Se recua e volta a se aliar ao PT pode até compor a chapa de Marília Arraes para o senado, tendo companheiro...

O deputado federal Sílvio Costa, que se autodenominou o Senador de Lula, pleiteia uma vaga na chapa petista, mas prefere Armando como candidato a governador. Conversamos rapidamente neste Festival, no momento em que visitou o camarote do prefeito de Caetés, Armando Duarte (PTB), acompanhado de Neném (ex-prefeito de Capoeiras, PSB). Sílvio Costa afirma que Armando não procurou PSDB e DEM, eles que o procuraram e que o senador atende a todos que o procuram. O espaço de deputado federal de Sílvio Costa seria ocupado por seu filho, Silvio Costa Filho (PRB).

O PT não esperou por Armando, diante de suas conversas com adversários, e já lançou Marília.

Como o DEM e o PSDB não caminham com o PT, terão que se decidir entre Armando e Paulo. O governador é candidato à reeleição, e Armando depende destes apoios para entrar decididamente na disputa. Por isto, pode até articular outro candidato ao governo nas legendas que apoiam o Governo Temer, principalmente Mendonça Filho e Fernando Filho.

Se Paulo se acertar com o DEM, PSDB e o Grupo Coelho, ou um desses, dificulta muito a competitividade de uma chapa encabeçada por Armando.

Como podem ver, ainda está tudo em aberto, mas as movimentações começam a mostrar caminhos.

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SEGURANÇA Garanhuns entre municípios beneficiados com novos veículos para polícias Civil e Militar



Os investimentos do Plano Estadual de Segurança Pública de Pernambuco prosseguem, nesta segunda-feira (31/07), quando o governador Paulo Câmara entrega à Secretaria de Defesa Social 83 novas viaturas para reforçar a frota das polícias. Os veículos chegarão a 20 municípios da Zona da Mata, do Agreste e do Sertão, além dos 14 da Região Metropolitana, incrementando a estrutural operacional no combate à criminalidade. 

Os municípios do interior atendidos com o reforço da frota das polícias são Garanhuns, Goiana, Vitória de Santo Antão, Limoeiro, São Benedito do Sul, Gameleira, Belo Jardim, Caruaru, Palmares, Floresta, Petrolina, Afogados da Ingazeira, Água Belas, Tabira, Arcoverde, Itapetim, Araripina, Cabrobó, Serra Talhada e Salgueiro.

Jornal do Commercio diz que edição do Festival é para entrar na história!








Os turistas vieram para o Festival. Novamente a cidade ficou linda, com eventos em vários polos ao mesmo tempo. Arte em toda parte. A roda da cultura girando, e quem vem pra cá fica encantado, no entanto há sempre uma parcela de nossa cidade que fica em busca de eventuais falhas para criticar o evento, prejudicando sua divulgação e influenciando outras pessoas através das redes sociais. O FIG aconteceu nos mesmos moldes que o ano passado, e até somando novos polos, como o Som da Rural. A crítica principal é porque não contou com artistas populares na Praça Mestre Dominguinhos, e aí fica parecendo que nada prestou. Até acho que poderíamos ter aquele brega romântico que as pessoas querem, mas daí querer transformar o evento numa tragédia, principalmente nas redes sociais, é claramente equivocado.

A imprensa da capital observa toda esta movimentação de forma isenta, sem paixões políticas, que estão à flor da pele em Garanhuns, e dá sua opinião. E o Jornal do Commercio publicou sobre isto.

Tem algo que os críticos observam que muitos de nós não entendem, como a concepção do evento e a pluralização dos palcos. Não adianta ficar reclamando porque seu artista preferido não veio, e achar que por isto o FIG. vai acabar se o Festival é muito maior. As pessoas vão para o carnaval de Recife e Olinda sem nem saber programação, e o FIG está chegando neste nível de maturidade. Infelizmente em Garanhuns é diferente, tem gente que só mostra as falhas e não mostra o quanto ele é maravilhoso e importante para nossa região. Escancarar eventuais falhas antes e durante o evento é trabalhar contra. A programação em nove dias ofereceu, de graça, Zeca Pagodinho, MPB4, Mart´nália, Lucy Alves, Chico César, Fernanda Abreu, Fafá, Baby, BaianaSystem, Geraldo Azevedo, Marina Lima, Edson Cordeiro, Mariana Aydar, Renato Borghetti, Zé Ricardo e Mariene de Castro, maravilhosos, sem contar ainda os tributos a Belchior e os 70 Anos da Asa Branca de Luiz Gonzaga, que contou com Waldonys e Chambinho (que fez Luiz Gonzaga no cinema), entre outros. E ainda nossos talentos de Garanhuns que deram show e mais outras 400 apresentações espalhadas por toda a cidade.

Tem três tipos de críticas. O das pessoas com claras divergências políticas, e que querem usar o evento para bater no governador, como se fosse ele que fizesse a programação. O das pessoas que só querem os shows de artistas populares, de massa, e que por isso não foram, ou até se deixaram influenciar pelas críticas negativas, e em vez de ir curtir o Festival, descobrir coisas novas, ficaram em casa reclamando nas redes sociais, e tem aqueles que têm um olhar mais acurado, que analisam os dois lados e buscam alternativas para que o FIG continue crescendo. É claro que os realizadores têm que ouvir todos, mas com prevalência deste último grupo. Pois o primeiro tem objetivo político, o segundo ainda não entendeu a proposta do FIG e o terceiro quer de fato o crescimento do evento!

Discordo do JC quando ele diz que é uma edição para entrar para história, pois acho que já tivemos melhores, porém reconhecemos um tivemos um evento na média, dentro das possibilidades e que buscou investir em qualidade, ainda bem! Se fosse dar nota, pelo que já vi, diria 7,5. 


Vejam como publicou o Jornal do Commercio sobre o Festival de Inverno deste ano:


Festival de Inverno de Garanhuns tem edição pra entrar na história
Dez dias de programação intensa e de qualidade encerram com Marina Lima e Fernanda Abreu.


Mariana Aydar fez um dos shows mais surpreendentes da programação
Fer Verissimo /Secult PE


GARANHUNS -  Ela já não é a estrela de massas que, da publicidade de jeans ou lonas de circos voadores aos programas carnavalizados de auditórios como o do insubstituível Chacrinha, ditava o ritmo respiratório do pop brasileiro – hoje mais ocupado por figuras de acordes menores. Madura, orgulhosos 61 anos, de uma beleza que gera jurisprudência e magnetismo, Marina Lima, contudo, segue com sua esfinge. Escalada para fechar os trabalhos do intimista Palco Pop na última noite do Festival de Inverno de Garanhuns, a cantora fez uma apresentação radiante longe do maior palco do evento. A de maior beleza da noite. E também de maior público do palco: do gargarejo ao fim, o plateia se espalhava até a metade da rua.

Depois de uma temporada crua em que percorreu o País apenas com seu violão no show No Osso, Marina está de novo em abrigo eletrônico. Depois do famoso trauma nas cordas vocais em que metade de sua extensão sumiu, Marina ainda tem a voz muito delicada. Mas canta com tanta verdade sussurrada que, mesmo quando, vez ou outra, a voz diminui, a canção permanece integramente bela. Ainda que gripadíssima, controlando uma febre com antibióticos na noite do sábado, sua voz estava com um vigor grave como há varias turnês não se via. Sob a companhia da banda Strobo, formada tão somente pelos paraenses Léo Chermont  (guitarra e efeitos) e Artur Kuntz (bateria e programação), clássicos de Marina ganharam uma dilatação cool, mais atmosférica. Quando de seus números sem a voz de Marina, a Strobo imprimia um leve tempero amazônico de guitarradas à sua eletrônica elegante. Com fome de palco e  determinação leonina, Marina incorporou também a sexual Vingativa, uma parceria com a banda em que, usando evocações muito diretas ao falo, narra uma mulher em desprezo à arrogância masculina. Linda e aderente também sua parceria com Adriana Calcanhotto, “Eu não quero mais amor”. Fazendo coro à plateia, fez um trocadilho político com a letra de Pra começar: “....Se o Cunha caiu, que o Temer caia”. Uma noite inesquecível: para a cidade e para a cantora.

Ante da Marina, o palco foi da pernambucana Flaira Ferro e Simone Mazzer. Com a naturalidade de uma estrela que não se embriaga com a própria luz, Flaira é mesmo uma grande revelação. É dela mesma a melhor definição sobre sua migração da dança, exímia bailarina que é, para o canto: “Pra mim, as duas coisas são uma só. Cantar é dançar com a voz”. Suave e afirmativa, Flaira dançou muito. Até de ponta cabeça cantou.  A banda que teve o luxo de Juliano Holanda na guitarra e a marcação da bateria de Rafa B. imprimiu uma sonoridade rocker ao show de Flaira.

Depois dela, o céu parecia se abrir em tempestade e o chão tremer a cada vez que a também atriz Simone Mazzer soltava a voz.  Fez versões tão epicamente dimensionadas de Camisa Listrada, de Assis Valente, e Vaca Profana, de Caetano, parecerem todas as gravações anteriores parecerem apenas anteriores. De uma gravidade absurda sua versão para Auto das Bacantes, de Negro Léo e Ava Rocha. Com a naturalidade de quem puxa um guardanapo do bolso, Simone vai muito rapidamente do samba-canção ao hardcore. Sempre narrativamente performática (como na sua teatral versão da naturalmente teatral Não Recomendados, de Caio Prado), ela, contudo, não abre a boca sem evocar uma dramaticidade que, sim, faz a terra parecer estar tremendo sob nossos pés enquanto as artérias do corpo são todas acionadas pelos ouvidos.

SAMBA SOUL


Na Praça Mestre Dominguinhos, a multidão de quase 100 mil pessoas bailou sob sotaque carioca. Também curador do Palco Sunset do Rock in Rio, o cantor Zé Ricardo fez um show de levada soul e funk, com seu vocal cheio de maneirismos pops dos anos 80. Convidada para interagir com ele, Sandra de Sá declinou de última hora do convite do amigo – seus empresários, acreditando que estava sendo divulgado que a cantora faria um show solo, e não uma participação,  criaram empecilhos de última hora e a participação foi cancelada. Perdeu Sandra, ganhou a pernambucana Edilza Soares que encheu com seu vozeirão soul a praça no dueto de Sarará Crioulo. Pra fechar a noite, a eterna garota swing sangue bom Fernanda Abreu fez um show deliciosamente previsível. Aliás, mais que deliciosamenteSe as novas canções não possuem a vibração das antecessoras, sua musicalidade cristalizada nos já distantes anos 90 prova que a garota da lata ainda tem fôlego para animar muito baile. Fernandinha queria fazer show e fez baile.  Abrindo os trabalhos da noite, o incontrolável “curió de Setúbal”, soul man e outras cositas mais, o pernambucano Jr. Black.

BALANÇO DO FIG2017


Com um público de cerca de um milhão de pessoas nos dez dias de programação, e orçamento de R$ 6,5 milhões aportados pelo Governo do Estado de Pernambuco, esta 27ª edição do Festival de Inverno de Garanhuns teve mais de 500 atrações, sendo 200 delas apenas de shows distribuídos, além do grande Palco da Praça Mestre Dominguinhos, em pólos divididos de acordo com as especificidades sonoras de cada palco: pop, forró, instrumental. Este ano, indicando como parcerias só podem enriquecer o festival que é referência nacional, o trabalho em conjunto com o Conservatório Pernambucano de Música transformou a Igreja de Santo Antônio, no centro de Garanhuns, numa catedral da grande música de câmara. Em apresentações como a da soprano Cida Moreira ao piano ou do projeto em que músicos como Toninho Horta e Mauro Senise revisitaram a obra de Luiz Eça, a matriz ficou absolutamente cheia de gente entusiasmada. Na metade final do festival, a igreja foi ocupada pelo projeto Virtuosi: por pouco, as paredes do prédio religioso não derreteram de tanta emoção durante o recital de árias com Edson Cordeiro com a orquestra jovem Virtuosi.  Noutra vertente, o Parque Euclides Dourado recebeu uma Batalha de Hip Hops contemplando mais essa linguagem.

Ainda que receba algumas críticas da “turma dos camarotes” (comercializados, por cerca de R$ 10 mil, cada um, por uma empresa privada sob orientação da prefeitura), mais interessada nas atrações de maior popularidade midiática, esta edição não apenas mostra a maturidade do festival como uma coragem curatorial impressionante. Se o palco principal, claro, teve também as grandes estrelas para o deleite da multidão – e, óbvio, estamos também em festa – sobretudo os palcos menores, como o pop e o ousado Som na Rural, trouxe o que há de mais insurgente e revelador no cenário pop local e nacional – banda Marsa, Ava Rocha, Não Recomendados, para citar alguns exemplos. Elogiável também a iniciativa de transformar a festa em negócio. “Claro que se trata de festa, mas, sobretudo, de uma ação de política pública cultural.  Então, temos que investir em formação de público, ampliação de linguagens e investir também em quem não tem tantas oportunidades no mercado, sem esquecer que a música pernambucana, como outras linguagens, é uma referência até mundial”, avaliou Márcia Souto, presidente da Fundarpe. Na Galeria Galpão, o teatro mais alternativo do Recife motivou um público tão entusiasmado como o da música, com peças incorrendo sobretudo numas das temáticas mais recorrentes do contemporâneo: a perversidade do patriarcalismo e os novos padrões morais e sexuais.

Pela primeira vez, o FIG contou, sob a curadoria das produtoras Priscila Melo e Heloísa Aidar, com dois dias de uma plataforma em que artistas, distribuidores e produtores puderam trocar experiências e informações preciosas sobre os novos caminhos do mercado de música no Brasil. A plataforma contou com a participação, do Rec Beat ao Rock in Rio, com produtores dos principais festivais de música do País. “Bacana que, além de tudo, houve também já a sinalização de se contratar algumas atrações do FIG para outros festivais”, diz Heloísa. “Esse é um festival que sempre traz repercussões, em mídia ou outros festivais”, dizia, contente, Fábio Trummer, depois do show de sua banda Eddie.

JC Online

RÁDIO MÚSICA BRASIL MPB

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