Na próxima campanha para deputado federal, pelo andar da carruagem, dois nomes sempre bem votados em Garanhuns não disputarão nossos votos, José Múcio Monteiro, que assumiu uma cadeira no Tribunal de Contas da União, e Armando Monteiro, que deve ir mesmo para a disputa de senador. Sendo nosso contingente eleitoral aí na faixa dos 90 mil votos, trata-se de uma expressiva votação que deve puxar vários candidatos de outras regiões em busca dos votos órfãos. Alguns já estão por aqui como Inocêncio Oliveira e Maurício Rands. Jungmann fará dobradinha com Sivaldo Albino, que sairá pra estadual. Ana Arraes deve repetir sua votação embora reconheçamos que poderia ter feito mais. Mas como se critica a mãe de um governador?
Mas a questão não é essa. Desde Cristina Tavares e José Tinoco, excluam aí fatores ideológicos, não tivemos um deputado fulcrado em nossas terras. Alguém pode até me lembrar de Fernando Ferro, que embora tenha uma atividade em nossa região, não é aquele pra chamar de nosso. Então, com a saída de Múcio e Armando, não seria a hora de buscarmos de novo essa representação federal para alguém do nosso sotaque? Será que o cavalo está passando selado e alguém está perdendo a oportunidade de montar? Mas alguém.. Quem?
Particularmente acho que Antonio João Dourado em Lajedo é um dos que está vendo o Mustang passar. Primo de Zé Múcio e Armando Monteiro, poderia chamar para si a responsabilidade de representar a família na Câmara Federal. Mas, e aqui em Garanhuns? Éramos dois. Tinoco alinhado com o pensamento arenista de Marco Maciel chegou lá, assim como também Cristina Tavares, a guerreira, que representou o movimento democrático da esquerda ncional. E agora? Quem seria? Temos nos nossos quadros políticos alguém que fosse à cata de 70, 80, 90 mil votos para buscar assento na casa representativa do povo brasileiro? Vejo em Fernando Ferro o político de opinião, de discurso e que é importante num parlamento, e por isso mesmo não o entendo sendo o "brigador", aquele político que muitas vezes faz falta à nossa gente.
Sabemos que pra viver o cotidiano de uma cidade um deputado, ou qualquer político que seja, tem que respirar ela, senti-la, conhecê-la. Seria a hora de Izaías Régis buscar dá esse passo? Com a saída de Armando Monteiro da Câmara, poderia ter o menino de Terezinha a herança dos municípios do seu tutor? Saindo a federal não seria mais fácil unir em torno do seu nome?
Falo Izaías porque é o deputado que representa Garanhuns e tem impacto no estado como vice-presidente da Assembléia. Mas , não sendo Izaías. Quem poderia ser? Tento pensar em alguém que tenha repercussão estadual o bastante que aponte com chances reais de vencer, e não sei se encontro. Vejo entre os federais de Pernambuco alguns nomes que ainda não são conhecidos ou tenham repercussão estadual, como Fernando Nascimento ou Charles Lucena, mas que foram à luta, gastaram (claro!), foram suplentes, mas assumiram um mandato federal.
Fica claro que a nossa política é provinciana, nasce e morre dentro das nossas próprias barreiras e limites territoriais. Não temos candidatos a federal que conheçam nossos moradores pelo nome e por isso vamos ter novamente que importar! Este problema advém da falta de compromisso e dos novos acordos a cada eleição em Garanhuns. Assim não formamos grupos fortes, nem os nomes são respeitados lá fora. Aqueles que se aliam hoje serão os inimigos de amanhã, perde-se credibilidade. Há quase vinte anos tem sido assim!
Lembrem-me de algum secretário estadual garanhuense recentemente. Tem?
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