Com quase 150 mil habitantes, Garanhuns tem problemas urbanos como qualquer cidade de médio porte, principalmente na periferia. Nos bairros populares, Os desafios são cotidianos para diversas instituições, públicas e privadas, em praticamente todas as esferas do poder. Desde ruas sem calçamento e saneamento, falta de emprego, atividades sócio-desportivas para a juventude que desenvolvam o senso crítico cultural, vão facilitando a inserção no vício da bebida e das drogas.
Um comentário aqui no blog até cobra da atual gestão municipal a volta do Projeto Prefeitura Presente, para dar atividade desportiva e educacional a milhares de jovens do município.
Outro problema com as crianças e adolescentes é assistencial. O primeiro olhar e cuidado, juridicamente falando, quando o poder familiar se encontra em risco, deve ser do Conselho Tutelar, acionado por qualquer pessoa que sinta a necessidade da intervenção, quando a criança ou adolescente esteja negligenciado, abandonado ou sofrendo maus tratos.
Nosso Conselho Tutelar, com apenas cinco integrantes, tem que dar assistência a todo o município, tornando-se quase impossível atender com a eficiência esperada.
Tive a oportunidade de ser diretor do CEAC-Fundac, abrigo do estado para crianças e adolescentes em situação de risco. Não são os que transgrediram, são os que foram abandonados, negligenciados ou sofriam maus tratos. Somente no berçário chegamos a contar quase 20 recém nascidos. Tínhamos o apoio do Ministério Público e Vara da Infância e Juventude. No governo municipal anterior, foi aberto o abrigo municipal, mas as dificuldades continuam. Há também o olhar preconceituoso da sociedade. Comumente chegávamos a 50 crianças no abrigo, todas precisando da atenção do estado, que conta com um quadro técnico de advogado, psicólogos e assistentes sociais, além, claro dos educadores que cuidam diariamente das crianças. A sua maioria com escola e outras atividades.
Quanto ao Conselho Tutelar, está na hora de Garanhuns contar com seu segundo grupo. Dividindo os bairros para uma melhor assistência. Um teria o bairro de Heliópolis, Massaranduba, Indiano, Parque Fênix, Cohab I, Liberdade, Jardim Petrópolis, Vilas do Quartel e Lacerdópolis, Brahma, e região. O segundo Conselho assumira Boa Vista, Cohab II, Manoel Xéu, Várzea, Centro, Magano, Brasília, Cohab III, Aloizio Pinto, Mundaú e região.
É uma questão de desenvolvimento e melhor aproveitamento da capacidade social de nossas instituições.