Diante do impasse sobre o financiamento do Renda Cidadã, integrantes da ala política do governo passaram a cogitar a criação de um imposto vinculado ao programa que vai suceder o Bolsa Família. O vice-presidente Hamilton Mourão indicou a medida , argumentando que só há “duas direções”: ou realoca verbas ou negocia com o Congresso uma exceção para o teto de gastos, com a criação de um imposto.
O que está acontecendo: no governo e entre líderes parlamentares, a avaliação é de que o debate sobre um novo imposto tem chance de avançar no Congresso se a justificativa for reforçar a política social.
Ontem, o ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu uma “receita permanente” para o programa social. Mas só uma receita nova não resolve o problema do custeio do Renda Cidadã — é preciso cortar despesas, já que há o limite do testo de gastos.
Análise: a indefinição em torno do novo programa põe em xeque a eficácia do que vinha sendo celebrado como um novo eixo de articulação política em Brasília, avalia Marcello Corrêa.
Jornal O Globo