Brasil de olho no resultado da eleição americana.
Com 98,4 milhões de votos antecipados e uma tensão social não vista desde a década de 1960, os Estados Unidos encerram hoje a votação em uma eleição decisiva. Frente a frente, estão dois projetos diametralmente opostos para o futuro do país.
As pesquisas indicam favoritismo do democrata Joe Biden, mas uma reviravolta que dê a vitória — e a reeleição — ao republicano Donald Trump não está descartada. O resultado dependerá de 13 estados, foco de esforços das campanhas na reta final da disputa.
A avalanche de votos postais — foram 62,9 milhões até ontem — deve atrasar a apuração. A modalidade é popular entre democratas, razão pela qual Trump questiona sua lisura. É provável que os primeiros resultados parciais em alguns estados-chave sejam favoráveis ao republicano. Acompanhe a apuração em tempo real.
No domingo, Biden reagiu às ameaças de Trump de se declarar vencedor se os primeiros resultados lhe fossem favoráveis: “O presidente não irá roubar esta eleição”, declarou o democrata.
Entenda: a eleição americana não é nacional, e sim um conjunto de eleições estaduais. Por isso, a apuração segue os resultados em cada estado para ver qual candidato soma os 270 votos necessários para vencer no Colégio Eleitoral. Entenda o processo.
O que está acontecendo: o risco de violência após o resultado assombra diversas cidades americanas, que se preparam para protestos e confrontos nas ruas. Em grandes centros, como Washington, Chicago e Los Angeles, lojas e restaurantes instalaram tapumes para proteger vitrines. A própria Casa Branca será cercada. Especialistas apontam a polarização, o engajamento de milícias armadas e a atitude de Trump como causas do acirramento.
Entrevista: “Trump desafiou o Estado de Direito como nenhum outro”, afirma o cientista político Francis Fukuyama, autor da tese do “fim da História”. Ele analisa temas como racismo, identidade branca e os impactos desta eleição sobre a geopolítica.
Brasil de olho: funcionários da área internacional do governo Jair Bolsonaro avaliam que a disputa ainda está aberta e não descartam a possibilidade de o resultado ser decidido nos tribunais. Ainda assim, a área diplomática já atua para manter as boas relações com os EUA se Biden vencer. “Com qualquer resultado, vejo a parceria com otimismo”, afirma o embaixador em Washington, Nestor Forster.