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Basto Peroba e Tuxinha, em noite de grande homenagem que o sanfoneiro do Papacaça recebeu em sua terra natal |
Algumas coincidências parecem mais que meras coincidências. Tem algo de inexplicável que só encontramos respostas nas coisas de Deus. Uma delas foi Dominguinhos fazer suas duas últimas apresentações em Exu, terra natal de Luiz Gonzaga, nas festividades de seu centenário. Estávamos lá e vimos Dominguinhos no Parque Aza Branca e no Pátio de Eventos. Depois, retornando a Recife, Dominguinhos entrou no Hospital e não mais retornou aos palcos, ao menos não neste plano terrestre.
Agora, com pesar, recebo a notícia da morte de Basto Peroba, a quem reputamos como um dos maiores sanfoneiros da história de nosso forró. Um orgulho para Bom Conselho, a 50Km de Garanhuns. Sua passagem aconteceu nesta madrugada, por infarto, do dia 13 de dezembro, coincidentemente, aniversário do Rei do Baião, a quem sempre homenageou e cultivou sua música com as honras de um menestrel.
Tive a honra de cantar algumas vezes com Basto Peroba na sanfona. Umas duas ou três festas aqui em Garanhuns, mas vou registrar duas em sua terra natal, Bom Conselho, pois foram dois momentos em que ele foi homenageado. ForróBom, o São João da terra do Papacaça, em que ele subiu ao palco e deu o ar de sua sanfona, passeando pelo palco, como gostava. Outra vez, Carnaval de Zé Puluca, ele também homenageado, subiu ao palco e tocou com nossa banda, inclusive junto com Tuxinha, nosso sanfoneiro, em um dueto daqueles de ouvir chorando, encantado. Basto já tem até seu boneco gigante que desfila no carnaval pelas ruas da cidade, assim como o Maestro Zé Puluca.
Que Deus reserve a Basto Peroba um cantinho especial, junto a seus familiares que já partiram, mas bem próximo de Gonzagão e Dominguinhos, pois hoje a farra vai ser boa lá no andar de cima!
À família e amigos, nossos sentimentos.
Sebastião Pereira de Moraes
A carreira de Basto Peroba foi iniciada quando ele ainda era criança, em Bom Conselho, interior de Pernambuco, cidade onde nasceu e vive até hoje. Ele ganhou uma sanfona de 12 baixos de seu pai, Manoel Pereira de Moraes, e começou a acompanhá-lo nas festas juninas. Tocou em vários casamentos, batizados e aniversários, até que conheceu o maestro José Duarte Tenório, o José Puluca, e foi convidado para integrar a banda principal do maestro.
Em sua trajetória musical, além de Dominguinhos, Basto Peroba também teve a oportunidade de acompanhar cantores como Jerry Adriani, Waldick Soriano, Luiz Gonzaga e Wanderley Cardoso.
Seu primeiro LP foi gravado com Vavá Machado e Marcolino em Recife, e logo em seguida formou seu grupo musical “Basto Peroba e Banda”. Com seu nome lançado no mercado musical, fez muito sucesso nos grandes clubes e casas noturnas de várias cidades brasileiras, levando o seu forró genuíno forró pé-de-serra.
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