Festival Internacional de Literatura Infantil de Garanhuns vai acontecer entre 24 e 27 de outubro com 45 atividades gratuitas no município
Foto: Jacaré Filmes
Formar novos leitores ao passo que os conecta com suas raízes. Essa é a proposta central do Festival Internacional de Literatura Infantil de Garanhuns, que chega à quinta edição com 45 atividades gratuitas em quatro dias de evento. O Filig vai acontecer de 24 a 27 de outubro na cidade de Garanhuns e espera receber público de quatro mil pessoas, vindas também da região do Agreste. Com o tema “Africanidades – um mundo de histórias e memórias”, o Festival é idealizado pela Ferreira Costa, empresa nascida na cidade que que chega aos 135 anos de atuação, junto a Proa Marketing Cultural e Projetos.
Já tradicional no calendário literário da cidade, vai trazer cortejo, exposição, momentos de leitura, atividades formativas para adultos e crianças, conversas com autores, feira de livro, além de apresentações culturais. A programação vai ocupar o Centro de Produção Cultural do Sesc Garanhuns, a Unidade Acadêmica de Garanhuns e a turma de Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Escola Ranser Alexandre Gomes, no bairro do Magano. “O Filig é a realização de nosso comprometimento com a educação e com o município, que já espera por esse evento”, afirma Pietra Costa, representante da Ferreira Costa, realizadora do projeto junto com a Proa Marketing Cultural e Projetos. O evento conta com o apoio da Fundarpe, Governo de Pernambuco, Sesc Garanhuns, Prefeitura de Garanhuns e Universidade Federal Rural de Pernambuco – UAG e a realização da Secretaria Especial da Cultura e Ministério da Cidadania.
O escritor e ilustrador Luciano Pontes, especialista em literatura para infância, assina novamente a coordenação pedagógica e a curadoria do festival. “A oralidade é criada e recriada dentro do ciclo contínuo da vida, e perpassa a literatura reconectando às ancestralidades, mas, diante da fragilidade de nossas memórias e a visão de uma “história única” homenagearemos a diáspora africana para celebrar a palavra ancestral que fundamentou e fundamenta nossa cultura brasileira”, pontua. Para esta edição, foram convidados nomes importantes nesse resgate e defesa das matrizes africanas, como o escritor e contador de histórias nigeriano, Sunny; o autor infantil e ilustrador sul-africano, Piet Grobler; a autora e contadora de histórias cubana, Teresa Cárdenas; a pedagoga e escritora paulista, Kiusam de Oliveira; e o professor, pesquisador e terapeuta, Hugo Monteiro.
O Filig é a culminância de um trabalho que vem sendo desenvolvido desde julho, quando integrou a programação do Festival de Inverno da cidade, com contação de histórias. De lá até outubro, foram realizados seminários de leituras, direcionados para professores, bibliotecários, estudantes de pedagogia e letras, e caravanas de leituras, que levaram para escolas de comunidades quilombolas mediações de leitura e apresentações artísticas. Juntas, impactaram mais de 700 pessoas. “Isso traduz nossa intenção de não sermos apenas ações pontuais, e sim, desenvolvermos um trabalho perene, continuado na cidade, que deixa legado para os agentes de leitura e leitores”, comenta Camila Bandeira, diretora da Proa.
Além dessas atividades, o Filig realizou uma convocatória com ilustradores de todo o país, em setembro, para integrar o ILUSTRImagem. “A exposição desse ano homenageia um dos personagens lendários da nossa cultura popular, com o tema Saci em VERSões. Foram selecionadas 10 ilustrações que comporão a mostra e depois distribuídas nas bibliotecas.” A visitação pode ser realizada em todos os dias do evento no hall do Centro de Produção Cultural do Sesc.
Vivenciando o Filig – Democrática e diversificada, a programação do Festival foi concebida para crianças e adultos que queiram vivenciar contações de histórias, encontrar escritores ou participar de atividades formativas. As atividades acontecem em todos os turnos. No “Ateliê de Narrativas para escritores”, Teresa Cárdenas vai falar sobre suas experiências na escrita de personagens raros em livros infantis; no “Ateliê das narrativas para ilustradores”, Piet Glober vai ministrar um workshop para abordar o processo criativo e adoção da pluralidade de técnicas; e a atriz Naná Sodré estará à frente da “Dramaturgia dos Orixás”, com vivências práticas sobre as possibilidades corporais e energias ancestrais em cena.
Além desses momentos formativos, o Festival terá apresentações culturais. O primeiro, às 10h30 da quinta-feira (24/10), será um cortejo com o ritual ancestral “Iseda Siso – a natureza falando”, que vai sair do Centro de Produção Cultural com a presença do afoxé Alafin Mimi e integrantes do projeto Meninos do Batuque, ambos de Pernambuco. Outros destaques do são festival a participação do ator Junior Dantas, do espetáculo “O Pequeno Príncipe Preto”, para quebrar os paradigmas e estereótipos sociais sobre realezas; o espetáculo “Re-te-tei”, com a Tropa do Balacobaco; além da apresentação “Corpo ancestral”, com Rubí Waf, e do Coco Erêmin.
Programação