Eu gosto de carnaval. Aliás, não querendo ser saudosista, mas as festas tradicionais são fundamentais para a identidade de um povo. Portanto, não apenas o carnaval, mas as festas natalinas e principalmente, o São João devem ser vivenciados em sua plenitude. E não apenas em Garanhuns, mas toda cidade nordestina deve cuidar da sua cultura tradicional.
Quando vai se aproximando essa época que a gente vê nos jornais as cidades se preparando para a Festa de Momo, a gente sente um sentimento de frustração, como se tivesse perdido alguma coisa muito importante. Perdemos uma característica.
E ainda tem a questão econômica, tem cidades que estão conseguindo angariar recursos para seus eventos, que a cada ano crescem mais. Bezerros e Pesqueira também não eram riquezas culturais quando se falava em carnaval, mas foram investindo, criando suas peculiaridades, tornando-se aos poucos polos da festa no interior do estado. Hoje fazem parte do calendário oficial do carnaval pernambucano.
Arcoverde também não chegava a ser uma referência da festa junina. E é provável que alguém tenha tentado desmotivar aqueles que ousaram tentar - Não façam isso, deixem o São João para Caruaru e Campina Grande. - Arcoverde foi em frente, não se intimidou e hoje colhe frutos.
Garanhuns abdicou do seu carnaval. E não podemos dizer que o Jazz substitui, não, nada disso! É outro evento, aliás, um grande evento! Mas não tira a responsabilidade de deixarmos de promover um grande carnaval regional.
Poderíamos ter o carnaval de rua, nos bairros, e um especial criado para atrair o turista, sendo lírico, dos blocos da Saudade, das Flores, etc... Este projeto, acredito, teria interatividade com o Jazz, pela qualidade da música.
Várias cidades estão conseguindo recursos da Fundarpe para seus eventos. É mais fácil, existe a receita para isso, basta iniciativa e bons projetos!
Como diria Getúlio Cavalcante -"Não deixem não, que o bloco campeão, guarde no peito a dor de não cantar..."