O secretário de Cultura do estado da Paraíba, o cantor Chico César, declarou que este ano o Governo não patrocinará as chamadas “bandas de plástico” nas festas juninas. Para Chico César, as “bandas de plástico” não refletem a música nordestina. A posição do secretário gerou descontentamento nas prefeituras, que promovem os festejos juninos com o patrocínio do Estado, e nos empresários e músicos das bandas de forró estilizado.
Chico César recebeu o apoio do governador, Ricardo Coutinho, de não patrocinar as bandas de forro estilizado no São João da Paraíba. O governador disse que se houver recursos disponíveis será para patrocinar bandas que valorizam o forró regional, conhecido como forró pé de serra.
Chico César advertiu os prefeitos paraibanos, de que quem contratar bandas de forro estilizado terá o contrato de patrocínio rescindido.
Leia a nota oficial divulgada por Chico César:
Tem sido distorcida a minha declaração, como secretário de Cultura, de que o Estado não vai contratar nem pagar grupos musicais e artistas cujos estilos nada têm a ver com a herança da tradição musical nordestina, cujo ápice se dá no período junino. Não vai mesmo. Mas nunca nos passou pela cabeça proibir ou sugerir a proibição de quaisquer tendências. Quem quiser tê-los que os pague, apenas isso.
O Estado encontra-se falto de recursos e já terá inegáveis dificuldades para pactuar inclusive com aqueles municípios que buscarem o resgate desta tradição. São muitas as distorções, admitamos. Não faz muito tempo vaiaram Sivuca em festa junina paga com dinheiro público aqui na Paraíba porque ele, já velhinho, tocava sanfona em vez de teclado e não tinha moças seminuas dançando em seu palco. Vaias também recebeu Geraldo Azevedo porque ele cantava Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro em festa junina financiada pelo governo aqui na Paraíba, enquanto o público, esperando a dupla sertaneja, gritava "Zezé, cadê você? Eu vim aqui só pra te ver".
Intolerância é excluir da programação do rádio paraibano (concessão pública) durante o ano inteiro, artistas como Parrá, Baixinho do Pandeiro, Cátia de França, Zabé da Loca, Escurinho, Beto Brito, Dejinha de Monteiro, Livardo Alves, Pinto do Acordeon, Mestre Fuba, Vital Farias, Biliu de Campina, Fuba de Taperoá, Sandra Belê e excluí-los de novo na hora em que se deve celebrar a música regional e a cultura popular”.
Secretário de Estado da Cultura – Chico César
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Agora comigo: Tenho batido nesta tecla aqui. É inadmissível se gastar dinheiro para cultura pagando músicas de bandas descartáveis. Se o projeto é comercial, é lógico que o mercado absorva através dos promotores de eventos. Mas utilizar dinheiro da cultura para pagar dezenas de milhares de reais a maioria dessas bandas e relegar os verdadeiros promotores de arte e cultura às migalhas é um desserviço ao nosso povo, às nossas tradições e nossa história.
Parabéns Chico, o cara tem que ter peito realmente para tomar uma medida dessas, trombando com uma indústria que se formou com rádios, produtoras, bandas e prefeituras para disseminar esta música comercial.
Assim como Chico César, aceito que as bandas existam, que toquem nas casas de shows, mas não podem elas arrancar o dinheiro das prefeituras e do estado como se fossem promover cultura. Isso não!
A Paraíba é conhecida por grandes músicos como o próprio Chico, Zé Ramalho, Vital Farias, Elba Ramalho, etc. É com muito respeito que aplaudo a iniciativa.
Sempre achei que o que incentiva o turismo é a cultura cotidiana e local. As pessoas se deslocam para descobrir o que as pessoas daquela cidade têm de especial, fica o exemplo para cidades da re~gião investirem em suas raízes e incentivarem a produção local.