O aperto nas contas federais têm levado o governo do PT para o campo antagônico do seu discurso histórico. Para ser mais correto, o governo Dilma, pois o governo de Lula trouxe avanços que a atual gestão vai deixando pelo caminho.
Aumento de juros, desemprego, perdas nas leis trabalhistas, corrupção, alianças com a direita ultraconservadora... E agora privatização, até parece que estamos diante de um governo neoliberal, mais ainda que a social democracia tucana.
A presidente Dilma reuniu 12 ministros no sábado (25), e decidiu entregar à iniciativa privada, a administração de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos. Nenhum deles no Nordeste (à exceção do Aeroporto de Salvador), segundo o jornalista Inaldo Sampaio.
As estradas federais que deverão ir a leilão são a BR-163, entre o Mato Grosso e o Pará; a BR-364, entre Goiás e Minas Gerais; a BR-364, entre Goiás e Mato Grosso e um trecho no Paraná ligando as BRs-476, 153, 282 e 480.
Junto com a ponte Rio-Niterói, que também será entregue à iniciativa privada, o governo espera obter uma receita de pelo menos R$ 18 bilhões.
No setor aeroportuário, deverão ir a leilão os Aeroportos de Salvador, Florianópolis e Porto Alegre e, no setor ferroviário, dois trechos da Ferrovia Norte-Sul.
Vale lembrar que a Petrobras está fazendo venda de ativos, ou seja, vendendo parte de sua estrutura. A Petrobras está trabalhando com o Citigroup, o Bradesco e o Santander Brasil para vender participações em três de suas unidades como parte do plano de US$ 13,7 bilhões em "desinvestimento" - nome que arrumaram para não parecer que está vendendo para cobrir o rombo e a falta de dinheiro em caixa para continuar a investir em projetos.
Pode estar neste pacote de "desinvestimento" se desfazer da BR distribuidora, Transpetro e TAG - Transportadora Associada de Gás.
A questão não é se é bom ou ruim para o país, é que o PT sempre foi contra, de uma forma agressiva, a privatização, embora não tenha desfeito nenhuma que tenha sido feita pelos antecessores, e agora seguir no mesmo caminho.
O PT e o governo se defendem dizendo que não se trata de privatização, mas concessão, pois o patrimônio continua com a união, não está se desfazendo. Na prática, dá no mesmo.