Aos domingos, final de tarde, centenas de jovens da periferia de Garanhuns se reúnem na Praça Mestre Dominguinhos para ouvir e dançar funks e hip hops. Denúncias sobre consumo de álcool e drogas por adolescentes levaram a polícia militar ao local para uma abordagem. De fato, a situação precisava ser vista por autoridades competentes. A erotização precoce também estava escancarada.
Uma situação que deveria ir além da abordagem pela PM, pois não vimos por parte do poder público qualquer manifestação, ao longo dos últimos meses, ou principalmente agora diante da repercussão nas redes sociais.
É lógico que não devemos permitir que eventos e encontros de adolescentes descambem para consumo de álcool e drogas, mas quais as opções de lazer (entre outras oportunidades) foram oferecidas? A periferia está esquecida. Gestão não é só calçamento.
O Parque Euclides Dourado está saturado, tem viés de classe média e não atende este público, órfão de programas como o Prefeitura Presente, e só foram enxergados por que vieram para o centro da cidade. São jovens influenciados pela mídia que precisam de oportunidades, ou verão muitas vezes a polícia em suas vidas.
Aliás, a Polícia Militar fez a parte dela, tanto na abordagem quanto na prevenção, faltam os outros responsáveis por esta demanda social.