domingo, 21 de março de 2010

Senna faria neste domingo 50 anos


Domingo de manhã ainda cheira a Ayrton Senna. Era incrível ver aquele Silva ganhar sempre e bater todos os recordes. E depois demonstrar toda a humildade e timidez que marcaram a sua vida. O Brasil torcia junto por um esporte de elite, em que a grande maioria não terá a oportunidade de chegar nem perto de um veículo daquele, quanto mais pensar em praticar. Mas com Senna a gente tava ali, com ele. Não foi mais a mesma coisa e nem antes dele havia aquela sintonia. Fittipaldi foi de uma época que ainda não chamava tanto a atenção do Brasil, a mesma coisa acontece com Maria Ester Bueno em relação ao Guga. Com Piquet foi sempre um caso de amor e ódio, a gente torcia por ele contra Lauda, Prost, Rothmans e principalmente Mansel, mas Piquet não tinha o carisma de Senna (nem o apoio do Galvão). Com Senna tudo deu certo desde o início. Até quando perdia, Senna perdia bonito, feito aquela corrida na chuva em que ainda guiava um Toleman (acho que era) e na volta que passaria o Prost a direção da prova encerrou o GP. Hoje é domingo, e não haveria dia melhor para lembrar nosso eterno ídolo, e quando falo "eterno" não é força de expressão, é a pura verdade! O Brasil não esquecerá o piloto pelo que ele fez dentro e fora das pistas. Sua irmã Viviane Senna leva adiante um projeto social que leva o seu nome. Não falarei das suas viúvas, pois ele mesmo fazia questão de não mostrar sua vida particular, e não merecia ter sido explorado depois da forma como foi. Senna tinha um algo de familiar, parecia que tinha nossa permissão de entrar pela porta de casa aos domingos e passar o dia com a gente. É por isso que Ayrton Senna do Brasil é inesquecível. Hoje, 21 de março, estaria completando 50 anos de vida. Não sei se ainda estaria no cockpit. Ao contrário do alemão, Senna era a interção da competência com emoção. Depois de Senna nenhum outro brasileiro despontou na F1. A gente até torce, acredita, mas não têm a magia. Parece que se contentam em estar lá, e com Senna, o mínimo era o máximo. É bom recordar um ídolo que ficou marcado pelo bem, pela honestidade, pela crença em um país melhor, principalmente porque estamos vivendo uma época de ídolos de cera, marginais, ignorantes. Ídolos que destratam a população, que vivem em função de mídia e marketing, que vivem em companhia de traficantes, nas noitadas antes e depois da jornadas profissionais. Jogadores que ganham rios de dinheiro e não sabem lidar em sua vida profissional com a importância que têm para o país. Numa relação rápida podemos ver aí pelo menos uns dez nomes no primeiro nível do desporto nacional que dão mau exemplo para o país e a grande mídia trata como exemplos para nossas crianças. É por isso que Senna vive! Ele não era uma simples mercadoria, tinha consistência e consciência da sua importância. Parabéns Senna e obrigado!

RÁDIO MÚSICA BRASIL MPB

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