domingo, 11 de outubro de 2009

Festival de um lado e do outro

A praça estava com excelente público quando Joanna começou a cantar seus grandes sucessos. Antes dela Os Pholhas e Benito di Paula já haviam se encarregado de relembrar músicas do passado daquele povo acima dos 40 que estava ali. Os jovens que foram para praça ouviram e podem até ter gostado, mas não é sua praia! Ficaram afastados e deixaram "os corações apaixonados" (toda banda de forró diz isso) de outrora cantarem e dançarem juntos com seus ídolos. Problemas técnicos, principalmente no som prejudicaram em algum momento as apresentações. Durante o primeiro show o som estalava, e no de Joanna, quando ela iria fazer uma parceria com o KLB na música que gravaram juntos, o som dos meninos sussurrantes não saiu. Benito deu um show de recordação e ainda colocou o filho pra cantar, somente poderia ter sido mais samba, ter dado mais movimento às suas músicas, o que acabou por "arrastar" um pouquinho e agradado mais aos seus fãs. No geral, foi uma noite de Jovem Guarda (sem Jovem Guarda) com gosto popular e que cumpriu o objetivo de levar as pessoas para a festa e dar a elas os sucessos do passado. Paguei R$ 20,00 numa mesa e a cerveja latão estava custando R$ 3,50. No Festival de Teatro, mais uma vez o Garanhuense mostra não ser pontual, foi surpreendente a quantidade de pessoas que chegaram com as luzes apagadas para o o "Filme Noir", que repete hoje. Merecia mais gente! Tínhamos metade do teatro. Antes de começar parecia que teríamos a vergonha de receber um grupo do Rio de Janeiro com gatos pingados. Mas como disse, deu tudo certo, e o Festival de Teatro começou bem. Vão assistir, teatro é arte viva, é cultura. Fica claro que precisamos rediscutir uma política de formação de público para o teatro, e isto já falamos em outros posts, não tem como as pessoas gostarem de teatro se não tem teatro e elas não conhecem. Éramos os mesmos. Tem muita gente se esforçando para fazer desse festival uma excelência de programação e bom gosto, conseguiram bons recursos e estão democratizando o investimento, a SAGA (Sociedade dos Artistas de Garanhuns) está organizando o festival e, portanto, vale a pena conferir. Pena é que ao final da peça, já se escutava a bateria do palco da Esplanada Guadalajara, uma falta de sensibilidade de quem coordena o palco da grande festa, visto que isso era 9h15 e Os Pholhas só começou a tocar mais de uma hora depois. Hoje estaremos viajando para a Bienal, vamos comer livros!

RÁDIO MÚSICA BRASIL MPB

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