sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Vale a Pena Ler de Novo



O Centro de Cultura Alfredo Leite Cavalcante, que abriga o Teatro Luis Souto Dourado, foi sempre pra nós o CENTRO CULTURAL, na maioria das vezes nem usamos os nomes dos homenageados, é Centro Cultural e pronto! Mas de uns tempos pra cá o que era Centro Cultural (estou repetindo de propósito) virou um centro administrativo. Duas secretarias dão expediente ali, uma de frente para outra, utilizando espaços que antes abrigaram um museu e uma biblioteca. Poderia servir de desculpa dizer que são as secretarias de Turismo e Cultura, e que por isso o Centro Cultural teria o perfil de abrigá-las. Ledo engano! Enquanto os turistas visitam o ponto turístico e cultural da cidade, a maioria das pessoas que estão no local estão resolvendo problemas administrativos, e muitas vezes fazendo reclamações. O lugar fica congestionado e foge completamente do ambiente lúdico que deveria ter. Se é Centro Cultural teria que viver como Centro Cultural. Poderíamos ter escolas de canto, teatro, artes plásticas, música, literatura, funcionando manhã, tarde e noite. Seria a EMA - Escola Municipal de Artes. Gente, vamos exercitar os neurônios senão eles paralizam! Não dá pra viver uma cultura somente de eventos, temos que viver a cultura do cotidiano! As salas têm que voltar ao seu real motivo, exalar cultura, com exposições de fotografias, esculturas, quadros, acervos históricos, lançamentos de livros, etc. Tem mais. O teatro pode dá lugar a uma tela e fazermos uma espécie de Teatro do Parque com exibições de filmes culturais a preços simbólicos em horários alternativos. Seria interessante até para formar público cinéfilo e atender a demanda de quem procura entretenimento na cidade. Tem mais? Tem! Então lasca Ronaldo! Lasca Ronaldo! Temos que ter programação no teatro que hoje é mais usado para eventos e shows de humoristas que para peças de teatro, se é teatro é teatro, ou inventei a roda? Temos que incentivar nossos dramaturgos e teatrólogos a produzirem e assumirem o compromisso de temporadas de apresentações. Buscar formas de trazer os espetáculos que estão em Recife e Maceió para subirem a ladeira do agreste. Até música o Teatro LSD (Luis Souto Dourado) já expeliu de qualidade. Lembro de Oswaldo Montenegro, Belchior, Adriana Calcanhotto, Leila Pinheiro, Guilherme Arantes, entre outros. A maioria trazida pelos meninos d'O Bicho. Hoje só se fazem shows se for com valores estratosféricos com apoio federal e que seja para 50 mil pessoas. E quem gosta de música intimista? Aquela que deu certo num passado recente. Teremos agora o Festival de Teatro, que bom! Mas o que falo aqui é a indústria cultural perenizada, fulcrada na sociedade. E prestem atenção no Centro Cultural. Ele foi pintado agora para o Festival de Inverno. Observem, foi somente a parte que fica virada para a Esplanada Cultural Guadalajara, numa sensação de que foi somente um pó promessa para tapiar a freguesia. Para abrigar secretarias da prefeitura qualquer casa serve, pinta de azul e laranja e pronto! Mas no Centro Cultural, por favor, não! Devolvamos àquela magia encantadora que traduz muito do nosso pseudo culturalismo o que temos de melhor, acreditar que somos uma elite intelectual.
E olha que nem falei das noites no "Vagão" e de quantos "nãos" já recebi naquelas secretarias. (rsrsrs)
Eita! Lembrei que até ballet já vi naquele teatro, e olha que não foi no Festival de Inverno!
Eu me lembro com saudade o tempo que passou... O tempo passa tão depressa mas em mim deixou...

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