Volto a tocar no assunto por que é o tema recorrente na política pernambucana, e todos estão estudando o que pode acontecer daqui pra frente. O senador e ex-governador Jarbas está assistindo de camarote o desenlace da relação Eduardo/João Paulo. Porque?
Por que o ex-prefeito é hoje a principal liderança metropolitana, mais ainda que o governador e o senador. Não tenham dúvidas disso. Naturalmente, se tudo der errado, JP tem a prefeitura de volta em 2012. Mas o seu projeto é o governo do estado. Como Eduardo não quer colocar em risco sua hegemonia com o PSB, não poderia oferecer palanque a João Paulo, e ele sabe disso. Mas do outro lado tem Jarbas, com quem João Paulo sempre tem ótima relação e pode abrir as portas do interior ao político da capital, não mais para 2010, claro, mas para 2014. Um jogo de interesses, Jarbas dá um vice a alguém da confiança de João Paulo, e este dá um vice da confiança de Jarbas na prefeitura do Recife. João Paulo seria o candidato natural na capital, saindo para a disputa estadual e deixando Recife com o vice. Os aliados de Jarbas já mostraram que não têm força numa campanha majoritária. Principalmente Raul Henry e Mendocinha (até Cadoca). As outras lideranças ou envelheceram ou não pretendem mais arriscar num embate eleitoral, nomes como Marco Maciel, Roberto Magalhães, Gustavo Krause, etc.
Percebem por que estamos num momento de cautela e decisão? Podemos estar vivendo aquele instante em que Jarbas deixou Arraes pelo PFL, ou quando o grupo independente de Armando, Magalhães, Piau, Joaquim, Múcio, deixou Jarbas por um novo projeto político.
Um momento instável que pode levar a uma nova ordem política! João Paulo recusou ser secretário de Eduardo Campos e a política pernambucana não dá brecha à terceria via. Se quiser ficar deste lado tem que aceitar a liderança de Eduardo, do outro, pode ser o sucessor de Jarbas. Ponderações. Ponderações. Ponderações. Existem projetos políticos e pessoais de anos, muitos anos. Histórias que precisam ser rememoradas antes de qualquer posicionamento. Como a população recifense entenderia uma mudança de lado de João Paulo? Seria interessante pesquisas qualitativas para apontar esse entendimento. Se João Paulo não tem o domínio do seu próprio partido, como pode pensar em ter a legenda para concorrer à prefeitura, pelo menos.
A gente fecha o post com novos questionamentos...
É melhor para Eduardo ter João Paulo ao seu lado ou contra? Para estar ao seu lado, o que o governador pode oferecer agora? E o que Jarbas pode oferecer a JP? E este, o que perde se aceitar quebrar o pacto político pernambucano de ter Eduardo líder e Lula como mentor? Vale a pena?
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Gosto de política. Acredito que voltarei a participar de um trabalho político na campanha de 2010. Se receber alguma nova proposta, digo a vocês!