segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Os festivais de Garanhuns


O Festival de Inverno completa 20 anos por um motivo simples, não tem nem nunca teve dono. Se impôs a todos os governos que passaram, alguns administraram melhor e outros nem tanto. Tanto no município quanto no governo estadual. A criação do evento maior do turismo em nossa cidade foi uma grande iniciativa da época de Ivo Amaral, que apostou na ideia e deixou esse legado para os prefeitos futuros, que consolidaram o evento. É fato que o governo Eduardo Campos cresceu o evento na descentralização, mas em programação ainda não conseguiu superar os grandes festivais da Fundarpe de Jarbas. Aliás, é bom dizer, que há muito tempo o município não tem gerência sobre o FIG. Como de fato não temos carnaval nem São João, os outros eventos públicos têm muito de particulares, são bancados por pessoas alheias à administração pública e tem o município como parceiro na realização. É assim com o MotoFest e outros eventos, inclusive os de Izaías Régis, e é aí onde quero chegar. Embora sendo grandes eventos, sempre ficou a impressão de que o Festival Jovem Guarda e o Festival de Música e Arte tinham dono, e essa observação ganha ares de verdade à medida que cabe a uma só pessoa decidir se vão continuar ou não, como se fossem festas particulares, e são! Assim, não são festas de Garanhuns e não temos qualquer posse ou poder de manifestar a sua realização. Izaías clamar que não vai realizar é criar um clima de revanchismo contra a população, no intuito de atingir as pessoas que o acusaram de realizar os eventos para desviar as verbas oriundas do Ministério do Turismo. Se não há nada de errado, o certo é botar o bloco na rua e mostrar com os eventos que sua tese de desenvolvimento através dos Festivais é de fato alavancadora da nossa região. Mas, indo além, Izaías poderia tornar do povo seus festivais, sem dono. O Festival e a sua realização tem que partir para o coletivo, principalmente o FEMUARTE, que tem um potencial cultural e turístico mais abrangente. E somente pela continuidade de suas realizações e pela gestão descentralizada do evento é que podemos imaginar em seus eventos completando 20 anos como agora está o poderoso Festival de Inverno, que é feito pelo povo, como é o carnaval de Recife e Olinda.
Com o Garanhuns Jazz Festival tenho sentido o contrário, vejo em Giovanni Papaléo uma vontade de tornar o seu evento um festival solidário, com a participação de todos, tanto na gerência quanto na defesa da sua perenidade. Que ele possa criar raízes em Garanhuns que nenhuma administração, seja local ou estadual coloquem em risco a sua continuidade. Então que seja também como o Festival de Inverno, onde com o tempo mudam os olhares e as gestões, mas ele continua lá, a cada ano conquistando mais fãs. Naturalmente!
Quanto a Izaías Régis, acho que não será deixando de realizar seus eventos que terá um maior dividendo eleitoral, a menos que de fato não haja mais a verba para suas realizações, o que demonstraria que tais eventos ainda não tinham solidez na captação de verbas. E vejo uma falha na comunicação do deputado, onde poderia estar mostrando à população porque é que ele merece ser reeleito, comparando suas ações por Garanhuns e região com as dos seus adversários. Bons conselhos de um marqueteiro político poderiam melhorar essa relação. O desentendimento que protagonizou durante o GJF causou um estrago desnecessário, inclusive seus argumentos foram discordantes dos realizadores do evento no carnaval de Garanhuns, e lhe deram mídia negativa.
Continuo acreditando que a melhor alternativa para nossa cidade é votar nos candidatos que nos representam, e que cada um escolha aquele que melhor lhe convier, e que conheçam de fato as necessidades de nossa gente. Quem aprovou o trabalho de Izaías, que vote nele, quem não aprovou, existem outros nomes que estão sendo discutidos e que podem receber a confiança do nosso povo.

RÁDIO MÚSICA BRASIL MPB

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