O goleiro Bruno do Flamengo está sendo acusado de ter assassinado sua ex-namorada, mãe de seu filho. Não quero analisar o caso em si, mas buscar explicações sociais, e desde já me desculpo por não ser sociólogo nem filósofo, mas sempre percebi na sociedade carioca e na mídia do sul do país uma supervalorização da marginalidade, principalmente na música e nos esportes, especificamente no futebol. A impessão que nos passa é que quanto mais jeito de bandido e marginal tiver o jogador, mais é valorizado pela elite sudestina. Vejam somente neste recente time do Flamengo, casos de relacionamentos diretos com traficantes, fotos com armas, festas fechadas nas favelas com jeito de baile funk, etc. Uma impressão de que, sendo pessoas de grande apelo e impacto na mídia, ganham status de intocáveis. Até o Julio Cesar, lembram? Foi flagrado numa conversa telefônica com traficantes.
Romário, Edmundo, Zé Roberto, Wagner Love, Adriano e outros nomes que estão por aí. Os bad boys sempre fizeram o que bem entenderam por lá. Na música, é incrivel a quantidade de funks que acabam virando hits nacionais que trazem a marginalidade para a sua pseudo cultura e pra dentro da casa da gente através das redes de TV. Muitos desses jogadores não tiveram em sua formação exemplos de grandes profissionais que pudessem lhes dar a base de personalidade necessários para chegarem ao sucesso e ao dinheiro, muito dinheiro, com a cabeça no lugar! Foram jogados no mundo do futebol e seus ídolos são esses mesmos aí!
De repente, e já não tão de repente assim, drogas e prostituição deixam a marginalidade e vêm fazer parte do cotidiano sem causarem mais a repulsa que seria natural. As modelos mais procurada não são mais aquelas que vestem roupas de grife, mas as que aceitam tirá-las! A todo e qualquer momento!
Quando o Adriano brigou com a ex Joana Machado em uma dessas festas exclusivas, sabem o que disse o Bruno para defender o parceiro? -"Quem é que nunca saiu no braço com a mulher?" - Naturalmente. Depois deve ter sido aconselhado e repreendido pela besteira que disse e pediu desculpas. Li agora a pouco que o seu sítio em Minas Gerais era utilizado para orgias, possivelmente com uso de drogas e prostitutas.
Ainda temos muito futebol e boa música no Rio de Janeiro! Alguém precisa mostrar que a saída deve ser no investimento de uma sociedade sadia. Esses jogadores são ídolos e suas faltas de consciência social estão destruindo jovens que acreditam que o sucesso também está na marginalidade, ou seja, numa vida que não aceita as regras. E aqui não tratamos por marginal os que vão de encontro às leis e que estão respondendo por quebrá-las, mas aqueles que vivem como se elas não existissem. Vidas marginais. E a impressão que nos passa a mídia sudestina e a sociedade em que vivem, é que elas aceitam esse tipo de comportamento! Dá retorno, Ibope, publicidade, vendas em bancas, acesso na internet, audiência, etc.
O goleiro Bruno é capa das principais revistas do país! Espero que não tenhamos mais! Mas fico com a impressão que só acenderam a granada...