Nestes últimos dois dias estive visitando alguns polos do Festival de Inverno. É impressionante a grandeza do FIG, não consegui ver tudo. Circo e Dança não deu tempo! Virtuosi na Igreja também não! Fui ao teatro, Pau-Pombo, Parque Euclides Dourado. Nem só de Praça Guadalajara vive o Festival, e é por isso que incentivamos as pessoas a passearem pela programação, visitarem as exposições, etc.
A decoração do Parque Euclides Dourado está muito bonita. As barracas foram todas para a praça de alimentação, não tendo mais aquela "rua de barracas". Ficou interessante! Uma observação na programação de lá é o fato do Palco Pop ser uma matiné! Seis horas da tarde pra roqueiro que se preza é muito cedo, mas isso acontece porque dividem o palco e o espaço com o forró, que vara a madrugada! A intenção é boa, o espaço este ano está melhor, mas roqueiro é notívago! Eu preferia o Palco Pop descoberto e com atrações nacionais, dividindo o público da praça. Por exemplo, bem que o MV Bill e o Marcelo D2 poderiam estar por lá, levando gente. Começaria o Pop às 10 da noite. O forró começaria mais tarde. Disseram que tem que terminar às 3 da manhã. Eu quero ver o carnaval de Olinda acabar esse horário!
Mas entendo que fazendo assim fica mais fácil de controlar e cortar custos, se bem que a preocupação dos últimos anos não tem sido bem essa. O Festival foi crescendo na faixa dos R$ 2 milhões por ano. A segurança do Parque dos Eucaliptos também ganha em segurança com os roqueiros no chá das cinco! Mas quem disse que roqueiro causa problema, quer ver bronca é em dia de show de forró estilizado e bandas de brega! Mas ao final, gostei do Parque, mais uma vez senti falta daquele Mercado Pop, poderia se pensar nisso com artistas locais, pois fica faltando exposições e "ter o que fazer" nos momentos que não tem shows. Tem alguns stands interessantes da Fundarpe e de artesanatos. Poderia ter mais, como já tivemos em outros anos. E levar a galera underground pra lá. Poderíamos ver ali os skatistas, grafiteiros, rapel e outraas manifestações artísticos/esportivas jovens enquanto os roqueiros davam seus shows! A dica vai de graça! rsrsrs. É uma ideia de um Festival Underground que já andei falando por aí!
No Pau-Pombo, lúdico como sempre, a música de qualidade é a dona das árvores. Um comentário de um amigo que acompanhou esses dois dias, e eu só de passagem, disse que talvez o Pau-Pombo tenha sido o maior prejudicado pela programação deste ano. Dois motivos. A programação não saiu em empo hábil para os apaixonados pela arte se organizarem e virem para o FIG e o corte dos três primeiros dias na programação, sendo um final de semana completo, quando a cidade recebe um grande público para a música tocada no Pau-Pombo. É bom lembrar que a Fundarpe foi divulgando somente a programação da Esplanada Guadalajara pelo twitter, e que sendo muito jovem, pode não ter motivado a este público mais maduro da Igreja e do Pau-Pombo. Um grave erro que precisa ser revisto, como outros ao longo do tempo que a Fundarpe voltou atrás, como a volta da noite do forró na praça, que lotou mais uma vez numa segunda-feira, e a retirada do palco da Cultura Popular, que por dois anos foi patrocinado pelo caminhão/teatro do SESC. Pois é, a Fundarpe também erra! Ainda bem que volta atrás. Se escutassem...
Fui ao teatro, que pela primeira vez não é pintado para o Festival. Ano passado pintaram somente o lado que fica para o evento. Mas acho que tem explicação. O Centro Cultural Alfredo Leite Cavalcante será interditado por seis meses após o FIG, para uma completa reforma patrocinada pela Fundarpe. É preciso mesmo. Vários problemas infra-estruturais precisam ser solucionados e uma melhoria técnica é imprescindível. Temos o mesmo teatro há décadas, que na prática é também o nosso Centro de Convenções. Devemos dar condições para que ele continue sendo um verdadeiro Centro de Cultura. Deve vir também por aí o tombamento pelo Iphan!
A programação do teatro pela primeira vez é gratuita. Temos boas peças e um público cativo que lota a cada apresentação. Precisamos incentivar nossos grupos de teatro a produzirem mais e nossos jovens a irem assistir. Isto é política de formação de público. Mas não vou falar nisso pra não parecer que quero voltar. (rsrsrs)
Fui ao Centro da Cidade curtir a Cultura Popular. Mais uma vez senti a falta de Vilma Paiva! Uma grande amiga! Nessas homenagens que poderíamos fazer, Vilma é um desses nomes. Não era artista, era professora. Mas NUNCA, em momento algum, deixou de estar ali, juntando os amigos para apreciar aquele palco. Infelizmente a Fundarpe não sabe quem foi Vilma Paiva. Eu gostaria de ver também alguns nomes darem nomes fixos a determinados palcos. Imagine o Palco Instrumental se chamar pra sempre de PALCO TOINHO ALVES. E o palco do forró ser batizado de PALCO REGINALDO DO ACORDEON. Tem mais? Tem. Então lasca, Ronaldo! O palco da Esplanada Cultural Guadalajara poderia ganhar para sempre o nome de PALCO MESTRE DOMINGUINHOS!
Vejam que homenagem bonita o SESC fez a Ronaldo White. Ali é para sempre, e não passageiro como citar um nome em um único festival. E estas homenagens não invalidariam que a cada ano tivéssemos o homenageado daquele FIG.
Vejam que homenagem bonita o SESC fez a Ronaldo White. Ali é para sempre, e não passageiro como citar um nome em um único festival. E estas homenagens não invalidariam que a cada ano tivéssemos o homenageado daquele FIG.
Que mais? Fui a Galeria Kadichari, onde está havendo uma mostra de artistas plásticos, inclusive de Olinda. Belíssimo!
Tem hora que trabalhando, sinto-me fora de Garanhuns. Alguns amigos também sentem estarem ilhados. E não sei se é comum a todos, mas é como se houvesse um ar de superioridade. Mas isso, repito, é impressão minha!
Precisamos lutar para que o máximo possível desses R$ 8 milhões fique em Garanhuns. Mas como? Nossos grupos somados estão recebendo R$ 56 mil, e o pessoal de apoio contratado é o do "basicão". Até os apresentadores são de fora. Pra colocar Marcelo Jorge, eu sei, foi uma luta e quase imposição local. Uma menina em um dos palcos se enganchou pra falar "Ibirajuba". Não conhecia a palavra, e por certo, muito menos a cidade! Tem que conhecer? Tem! Não vão chamar o Marcelo pra apresentar shows lá em Recife, vão???
Dá-se a impressão que estamos doutrinando a cultura pernambucana, onde o interessante é somente o que tem a chancela e o carimbo da Fundarpe, e portanto, merece atenção. Corre-se o risco de se criar uma arte off-off official. O alternativo do alternativo. Já que a grande proposta cultural é mostrar esses artistas que não estão na grande mídia e a cultura popular. Então teríamos os que estariam fora da grande mídia e dos holofotes da Fundarpe. Exemplo??? Nossos artistas não se apresentam nos outros eventos do roteiro do Festival Pernambuco Nação Cultural. Ficam aqui, apresentam-se aqui e sempre para o mesmo público! Enquanto que os "oficiais" da Fundarpe giram todo o roteiro! Como fazer para que esses artistas comecem a viajar com a viola debaixo do saco, seria uma política de inserção cultural promovida pelo órgão público estadual. Mas pra isso, precisa vir para o interior. Fazer esse intercâmbio! Depois do FIG, a gente dá tchau e espera mais um ano!
O Festival aquece o comércio e a indústria turística, baseado em cultura. O Festival nasceu de nossa cena cultural, e talvez sejam hoje os nossos artistas, os que menos lucram com toda a movimentação oficial do Festival.
Precisamos lutar para que o máximo possível desses R$ 8 milhões fique em Garanhuns. Mas como? Nossos grupos somados estão recebendo R$ 56 mil, e o pessoal de apoio contratado é o do "basicão". Até os apresentadores são de fora. Pra colocar Marcelo Jorge, eu sei, foi uma luta e quase imposição local. Uma menina em um dos palcos se enganchou pra falar "Ibirajuba". Não conhecia a palavra, e por certo, muito menos a cidade! Tem que conhecer? Tem! Não vão chamar o Marcelo pra apresentar shows lá em Recife, vão???
Dá-se a impressão que estamos doutrinando a cultura pernambucana, onde o interessante é somente o que tem a chancela e o carimbo da Fundarpe, e portanto, merece atenção. Corre-se o risco de se criar uma arte off-off official. O alternativo do alternativo. Já que a grande proposta cultural é mostrar esses artistas que não estão na grande mídia e a cultura popular. Então teríamos os que estariam fora da grande mídia e dos holofotes da Fundarpe. Exemplo??? Nossos artistas não se apresentam nos outros eventos do roteiro do Festival Pernambuco Nação Cultural. Ficam aqui, apresentam-se aqui e sempre para o mesmo público! Enquanto que os "oficiais" da Fundarpe giram todo o roteiro! Como fazer para que esses artistas comecem a viajar com a viola debaixo do saco, seria uma política de inserção cultural promovida pelo órgão público estadual. Mas pra isso, precisa vir para o interior. Fazer esse intercâmbio! Depois do FIG, a gente dá tchau e espera mais um ano!
O Festival aquece o comércio e a indústria turística, baseado em cultura. O Festival nasceu de nossa cena cultural, e talvez sejam hoje os nossos artistas, os que menos lucram com toda a movimentação oficial do Festival.
Bem, vou parar por aqui. Depois o que eu for lembrando, vou colocando. Desculpem-me a ausência. Mas como viram, não parei!