Os ritmos são variados. Frevo, maracatu, caboclinho, coco e ciranda. E quando você presta atenção, lá está ela, uma mulher no comando da voz. São inúmeras artistas pernambucanas que merecem o nosso respeito e reconhecimento. Entre elas está Selma do Coco, pernambucana de Vitória de Santo Antão, que começou a promover rodas de coco em seu quintal no seu horário de folga do trabalho (Selma era tapioqueira). Suas festas ganharam fama e a fizeram viajar por todo o mundo. O “hit” que impulsionou o sucesso foi “A Rolinha”, gravada por outros artistas e muito executada no carnaval de 97.
Lia de Itamaracá, com suas cirandas, também deixa o carnaval pernambucano mais multicultural. Cirandeira deItamaracá, ilha perto de Recife, Maria Madalena Correia do Nascimento ficou conhecida como Lia de Itamaracá desde os anos 60, quando a compositora e cantora Teca Calazans registrou a quadra “Esta ciranda quem me deu foi Lia/ que mora na ilha de Itamaracá”. Lia canta e compõe desde a infância, e em 1977 gravou seu primeiro disco, o LP “A Rainha da Ciranda”. Mas não enveredou pela vida artística e continuou trabalhando como merendeira em uma escola de sua cidade. Na década de 90 foi redescoberta e foi chamada para participar do festival Abril Pro Rock em 1998, com grande êxito. Com repertório que inclui coco de raiz e loas de maracatu, além, é claro, de cirandas, acompanhadas por percussões (ganzá, surdo, tarol, congas) e saxofone, gravou o segundo álbum em 2000, o CD “Eu Sou Lia.
As fotos Ma-ra-vi-lho-sas são da Priscila Buhr, em seu Flickr.com
Fonte do texto: http://www.varejao.blog.br/blog/
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Agora comigo: Uma merendeira, outra tapioqueira, e nem por isso deixaram de ser rainhas. Parece a história da música do Acioly Neto, não importa se é princesa ou lavadeira, pra ir mais alto vai ter que suar. Essas mulheres são exemplos e o mundo inteiro está aplaudindo. Não aparecem na Tv e nem tocam no rádio, mas todo mundo conhece e gosta. Já não têm a juventude desejada pela mídia, mesmo assim desafiam o tempo e os olhares preconceituosos para fazer o que mais gostam, juntar gente para apreciar música, dança, cultura, em um grande balé harmonioso da amizade e amor ao próximo. Ciranda se dança de mãos dadas, e nem sempre você conhece quem está ao seu lado. Isto é um grande exemplo.
Que este Dia da Mulher seja de comemoração mas também de conscitentização e respeito no trato a todas as mulheres que vivem ao nosso redor. O carinho do blog.