Digo sem receio de errar, a música original, ou seja, música novinha em folha, mais bonita que escutei este ano para as festas juninas foi PODE PEGAR DESCENDO, de Zé Alves e interpretada por Zezinho de Garanhuns em seu mais recente trabalho.
Temos uma cidade multicultural, todos os segmentos aqui acham morada, e com qualidade indiscutível. Caso queiram jazz, tem! Blues, tem! Cultura popular, tem! Rock, tem!...
...E forró, tem da melhor qualidade. Tá aí o disco de Zezinho pra não me deixar mentir.
São 12 faixas onde somente os arranjos já merecem ser ouvidos, e depois casados com a voz de Zezinho vira forró legítimo, de orgulhar Luiz Gonzaga.
Zezinho é o próprio cabôco que canta as coisas da sua terra. Na foto da capa o homem se abraça com a sanfona, na contra-capa abre uma porta de uma casa de taipa. Já disse tudo. É forró e é da gente!
Zezinho também procurou os amigos que tivessem músicas bonitas pra gravar. Assim tem mais de uma dezena assinando o disco. Novos compositores se unem a gente já conhecida.
O cantor radialista vai rodar muito por aí com este novo trabalho, pois a repercussão tem sido muito boa. Altamente profissional e inspirado. Nem sempre estas qualidades andam juntas, mas Zezinho conseguiu colocar essas coisas boas em seu novo CD.
E pra finalizar vou repetir, Pode pegar descendo é o forró do ano. Infelizmente as rádios não tocam muito pé-de-serra. Não se ouvem mais os novos trabalhos de Alcymar Monteiro, Jorge de Altinho, Flávio José, entre outros. E muito menos se abre espaço a nomes, que embora reconhecidos pela classe forrozeira como Xico Bizerra, Flávio Leandro e Paulinho Leite, passam longe das programações das emissoras que dedicam seus horários quase todo a música de gosto duvidoso. Salvo exceções.
Quem não gosta de forró de verdade pode pegar descendo e sem olhar pra trás!
Parabéns primo, Menestrel da Cultura Nordestina!
Parabéns forrozeiro nordestino
homem simples de ideias tão comuns
nosso amigo Zezinho de Garanhuns
agradece demais aos Deus divino
pelo dom que lhe deu desde menino
pra fazer estas coisas que ele faz
mais um disco já está dando os sinais
que o artista merece confiança
e vai ficar no arquivo da lembrança
como parte das obras culturais
(Adírcio Alves, poeta, no encarte do CD, O Povo Quer Forró, de Zezinho de Garanhuns)
