Não sei se vocês gostam, mas eu não! No ano passado a Fundarpe trouxe o Cláudio Ferrari para apresentar o Festival, e mais uma vez teve que tolerar a presença do Marcelo Jorge como locutor oficial. O estilo do conterrâneo todo mundo já conhece, discreto, com as informações básicas de forma elegante. Um verdadeiro mestre de cerimônia.
Porém a Fundarpe não pensa assim, ou então busca um outro estilo para fazer par. O Cláudio fazia a coisa meio gritada, mesmo com um som maravilhoso que tínhamos na praça Guadalajara no ano passado.
Este ano idem. Mudam-se apenas os personagens. Veio o Ivan Leite no lugar do ator da capital. Ivan é conhecido por apresentar eventos mais populares na metrópole, principalmente carnaval, na pela do Mateus da Catirina. Convém dizer que sou fã da dupla e, portanto, do Ivan. Aí trouxe de lá seu estilo, porém, mais uma vez, não casa com o espírito da Esplanada Guadalajara, e fica uma coisa meio fora do tom. Gritado! Poxa, ele tá com um microfone na mão, pode não precisa ficar a plenos pulmões. Vem daí o seu estilo de rua, popular, é isso que é mestre em fazer!
Tem mais, figurino. A cada noite o Ivan está com uma nova vestimenta. Se fosse no palco da cultura popular funcionaria muito, seria um atrativo. Na complexidade e pluralidade do palco maior do Festival fica perdido, sem sentido. Na primeira noite vestiu um manto de Maracatu, e por lá não passam Maracatus. O público é outro. Na noite de sexta, foi uma coisa meio lampião. Meio sertão. O que será neste sábado? Haverá um figurino para cada um dos dez dias? Creio que sim.
Lembro da barraca Cocktail, de saudosa memória, dos finados Guto, Arthur, Valber e tantos outros amigos, que já usavam este expediente há 20 anos atrás. Portanto, não se trata de nenhuma novidade.
Sinceramente acho que a apresentação da praça basta trazer ao público as informações necessárias, com serenidade, funcionar como Mestre de Cerimônia sem precisar ser o animador, pois para isso a galera já terá seus grandes shows.