imagens da reunião desta sexta-feira na CDL
fotos: Kléber Cysneiros
O partido do governador vem a quase dois anos fazendo reuniões, agrupando bons nomes e partidos políticos, coordenado por Dr. Ivan Rodrigues, em foruns e debates que foram ficando maiores, com a perspectiva que chegasse na eleição do próximo ano com uma proposta e projetos para a cidade, mas tudo isso se foi pelo ralo com a chegada de paraquedas da candidatura de Antônio João Dourado.
Dissipou-se o trabalho dos dois anos.
Até a quarta-feira, dia 5, quando a reunião final de filiação aconteceu no Garanhuns Palace, a vinda do prefeito de Lajedo era somente uma possibilidade, e por isso o partido ainda recebeu filiações muito interessantes, de personalidades com cacife até para encabeçar uma chapa executiva.
Mas na manhã seguinte, e com ela a confirmação da transferência do domicílio eleitoral de Antônio João, o Castelo de Areia começou a ruir, e os aliados agora são algozes adversários da estratégia socialista.
Partidos alinhados como o PSD de Alexandre Marinho ou o PT de Pedro Passos assumiram a postura contundente da contradição. O PTB de Izaías Régis protagonizou uma primeira reunião suprapartidária que superlotou o auditório da CDL, e que conseguiu unir vários segmentos da política garanhuense em favor da cidade. Vários presidentes de partidos aceitaram a convocação e estarão discutindo esta união, possível e importante para Garanhuns. Aliás, bem disse Neide Brandão, competente gerente da Caixa Econômica, que deste momento, ficará algo de bom, como a necessária união dos políticos e da sociedade.
Estavam lá PT (Pedro Passos, Eraldo e Chico do INSS), PRB (Tony Neto e Alcindo), PRP (Mano do Caetano), PSL (Sílvio Sabino), PSDC (Audálio, Neide e Paulinho Brasileiro), PPS (Sivaldo e Johny Albino), representantes de várias instituições, clubes de serviço, associações, etc.
Citam-se também os partidos PTB, do próprio Izaías, o PSD de Alexandre Marinho e o PMN de Helder Carvalho.
Sivaldo Albino, pré-candidato pelo PPS, já abraçou a causa e estará participando também das novas reuniões.
Falou-se muito em respeito, e mesmo o deputado Izaías Régis não querendo criticar o governador, a grande assembleia acabou por mostrar as feridas abertas com esta decisão que transgride e fere o orgulho municipal, numa clara tentativa de intervenção estatal. Eduardo Campos foi duramente criticado.
Margarida Cardoso foi contundente, e todas as demais pessoas que se pronunciaram.
Sinceramente acho que esse momento deve ser revertido em prol da cidade. Há muito não temos um verdadeiro representante de Garanhuns na Câmara Federal. Lembramos que somente em uma mesma legislatura tivemos Cristina Tavares e José Tinoco, ambos com a vida fincada no solo da nossa terra. Garanhuns tem importado seus políticos, e também por isto tem sofrido seus revezes. Por isto, esta grande união, pode ser revertida em cresicmento político além da cadeira de prefeito.
Várias pessoas fizeram suas autocríticas. Deputado, vereadores, sociedade. A cada eleição permitimos pacificamente a entrada de novos forasteiros, muitos aqui comprando seus votos e consciências. Izaías chegou a questionar se em Lajedo ou alguma outra cidade aceitariam que ele fosse candidato. Creio que não, a maioria das cidades da região hoje tem dono! Mas com Garanhuns tem sido diferente, principalmente nos últimos anos, muitos chegam, levam os votos, e não aparecem mais nem para agradecer. E os que ficam por aqui, na missão de buscar melhorias, são os que são criticados. O mesmo eleitor que exportou seu voto manifesta repúdio aos políticos locais, porém os políticos também têm se distanciado da população. O atual momento da política garanhuense é muito ruim, com reprovação de praticamente todas as instâncias públicas.
Porém, Garanhuns ficou 14 anos sem deputado estadual, e anos mais sem federal, e isto mostra que se ficamos raquíticos, ainda é reflexo da falta de representação histórica. Mas olhemos as conquistas dos últimos 5 anos e a cidade que se projeta, fruto de parcerias, investimentos públicos e privados, e mesmo diante das dificuldades, o orgulho de ser garanhuense ainda é maior. Temos uma cidade pulsando para crescer, que está em seu momento de impulsão, com potencial para destravar seu desenvolvimento.
Todos defenderam a união dos políticos garanhuenses, e os aqui estabelecidos. Izaías citou nominalmente Bartolomeu e Rosa Quidute, Silvino e Aurora, Paulo Camelo, Sivaldo Albino, Zé da Luz, entre outros sentados à mesa e já citados neste texto. Será a nossa Batalha dos Guararapes para expulsar os invasores, ou outro título mais adequado à nossa história.
Por isso prega-se a união, sem vaidades políticas e com humildade.
As críticas não foram à pessoa do prefeito lajedense, muito elogiado por sua competência e político, mas dentro de sua jurisdição: Lajedo.
Audálio Filho e Pedro Passos, presidentes do PSDC e PT, respectivamente, pedem também que a justiça eleitoral investigue a documentação entregue nesta mudança domiciliar de Antônio João, pois se sabe que ele não mora em Garanhuns, não possui residência, enfim, não vive nem tem estado na cidade. Audálio chegou a brincar pedindo que apareça um vizinho.
O PSB escolheu se isolar, mas o problema promete ser ainda maior, pois alguns nomes que se filiaram nos últimos dias acabaram com um gosto amargo na boca, pois não imaginavam que teria esta imposição de candidatura e agora já não podem voltar atrás porque acabou o prazo legal de filiação para os que desejam colocar o nome à disposição no próximo ano, tanto para prefeito quanto para vereador.
Se de fato, existir esta união entre os cabeças da política garanhuense, pode estar nascendo uma nova cidade, fulcrada no respeito e no objetivo comum.
Nas imagens, a reunião desta sexta-feira na CDL, onde ficou deliberado que os vereadores Ary Júnior, Silvio Sabino e Sivaldo Albino, coordenarão novas reuniões, buscando outras lideranças políticas do município, principalmente aqueles que estão com os nomes postados como pré-candidatos.
A Câmara de Vereadores abrirá o debate sobre as eleições em audiência pública, já na próxima semana.
Uffaa!
