quarta-feira, 18 de julho de 2012

Pouco público na praça para ver Renato Teixeira. Podemos pensar na criação de um polo MPB?




Acontece um debate interessante no facebook motivado pelo público relativamente pequeno na cantoria de Renato Teixeira, Xangay e Maciel Melo.

Particularmente acho que o público foi bom, levando em consideração a chuva intensa na alta madrugada de uma terça-feira. Este tipo de apresentação não tem se dado em praça pública nos eventos pelo país, como aconteceu em Garanhuns, numa Esplanada Guadalajara que cabem 40 a 50 mil pessoas. (Estou com a impressão que este ano deu uma encolhida, e creio que já não cabe mais colocar aquelas barracas do lado de cima da praça).

Voltando ao show. Algumas pessoas querem comparar os públicos com as estrelas da mídia ou com os cantores populares, puxados para o brega. Comparação desnecessária, pois os apreciadores de Renato Teixeira não são conhecidos pela quantidade, e sim pela qualidade. A TV Globo há mais de 20 anos trocou o sertanejo e o regional de Renato Teixeira, Almir Sater, Sérgio Reis, Geraldo Azevedo, Vital Farias, etc, pelas duplas pseudo-sertanejas, criadas em laboratório, hoje chamadas de universitário. Não entendo o porquê! Quem lembra do Som Brasil da Globo, aos domingos pela manhã?

Voltando de novo ao Renato Teixeira. Hoje o artista tem seu público cativo nos teatros e casas de shows que primam pela excelência, onde as pessoas podem se acomodar e apreciar a boa música. Outros artistas da MPB também têm tido pouco público no FIG.

Assim, cremos que se possa pensar na criação do polo MPB, onde artista e público estejam mais próximos e ambos recebam o tratamento que merecem. Até ao turista que aprecia este tipo de música, que tem melhor classe social e portanto, deixa mais recursos na cidade. Com melhor acomodação para ver seus shows, ele volta e traz mais gente. 

Quem assistiu Renato, Xangay e Maciel Melo, levou chuva às 3 da manhã de uma terça-feira. E naquela imensidão de praça, ter duas ou três mil pessoas, dá uma impressão de não ter ninguém.

É utopia imaginar que o povão, apaixonado pelo sertão de Roberta Miranda vá um dia lotar a Esplanada para ver a viola desses menestréis.

Outros polos, como a Praça da Palavra, que investem no conhecimento também estão sem público. É o resultado de falta de recurso durante todo o ano para a cultura em Garanhuns e região. As verbas são utilizadas para shows com bandas descartáveis que lotem as praças.

Portanto, se as pessoas não conhecem, como cobrar que estejam na praça?

Pessoas como minha amiga Marília Jacqueline, acreditam que se deve continuar investindo em shows assim, para atrair o grande público, e não levá-lo a espaços específicos, distanciando ainda mais do povão, como acontece do Virtuosi e do Instrumental. Como dissemos, o debate é interessante.

RÁDIO MÚSICA BRASIL MPB

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