quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Compra de votos mostra falência da fiscalização eleitoral




O poder financeiro está presente decididamente nas eleições, e não apenas em Garanhuns ou na região, mas em todo o país. Para combater os casos em que o dinheiro fala mais alto e buscar igualar condições dos candidatos que pleiteam vagas tanto no executivo quanto no legislativo, a regra eleitoral eliminou várias formas de veiculação publicitária, como brindes, camisetas e até mesmo showsmícios. Para baratear as campanhas e equilibrar os postulantes. Vã filosofia.

O dinheiro continua correndo solto. Um exemplo, um candidato só pode fazer banner com no máximo quatro metros quadrados, mas pode fazer quantos quiser, no fundo dá na mesma coisa de antes. Um mesmo candidato pode abarrotar uma avenida com seu material de propaganda. E renovar quantas vezes quiser. Conte-se a isto carros de som, militantes (sem limites de pessoas), cabos eleitorais (que ganham para arrumar votos em suas comunidades ou nichos de atuação), etc.

Mas seria menos pior se o derrame de dinheiro fosse dentro da legislação, o problema é quando acontece por esquemas de corrupção eleitoral, como a compra/venda de votos, com todo tipo de produto. Dá-se de tudo, cimento, tijolos, botijões de gás, dentaduras, óculos, além do próprio dinheiro em espécie.

E ainda pode ser pior, comenta-se o derrame de dinheiro para o dia da eleição. O eleitor que sai de casa e é contatado para votar em A ou B. Como se trata de uma espécie de corrupção, existe o ativo e o passivo, portanto o próprio eleitor que se vende tem também sua parcela de culpa na ilegalidade.

Imagina-se que muitos candidatos contam com dinheiro para o dia da eleição.

Com isto, pessoas representativas da sociedade que não estejam com o bolso cheio podem ficar longe do sonho de vencer uma eleição. Repito, tanto no executivo quanto no legislativo, e neste caso de 2012, prefeito e vereadores. E aqueles que vencem na base do dinheiro não têm compromissos com seus eleitores, a não ser a busca de recuperar o investimento eleitoral.

Para se contrapor a isto, a justiça eleitoral precisa intensificar a fiscalização criando uma forma de policiamento ostensivo que combata a prática da compra de votos, a bem da democracia brasileira.

Quanto ao exagero da veiculação, não existe a prática ilegal, e por isto, trata-se de brechas na lei que são aproveitadas pelas candidaturas.

Atualmente o judiciário aguarda ser motivado para se manifestar e a fiscalização é insuficiente e inadequada.

RÁDIO MÚSICA BRASIL MPB

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