Embora o PSB possa ser considerado um partido de centro-esquerda, Eduardo Campos não se furtou em fazer alianças com partidos de diferentes perfis para viabilizar seu projeto eleitoral em Pernambuco, e depois a governabilidade. Ocupou um espaço que os favoritos Humberto Costa e Mendonça Filho não representavam. Algo novo e confiável.

O centrão sempre foi ocupado muito bem pelo PMDB, que é um partido do governo, qualquer que seja ele. Isto quer dizer que se Eduardo chegar a ser presidente, o PMDB estará lá, cobrando sua maioria no Congresso Nacional. Mas este centro foi perdendo suas lideranças nacionais, ao aceitar ser periférico ao governo, e neste caso ao PT. A centro-direita, então, nem se fala. Foi minguando.
Todo partido agora quer ser de centro-esquerda, mesmo sem apresentar conteúdo para isto. Com os passos para o centro, Eduardo atrai o PPS, DEM, além de setores do PMDB e até do PSDB, que tem candidato. Alguns partidos nanicos devem engrossar o caldo.

O PPS também perdeu suas referências, embora ainda na política. A maior delas, Roberto Freire, perdeu o discurso comunista. Ciro Gomes foi uma aventura. Raul Jungmann foi ministro e deputado federal, e hoje sua influência se restringe ao estado.
O PMDB tinha dezenas de bons nomes para uma campanha presidencial, já não tem mais. E o PSDB de Aécio Neves não empolga.

Neste quadro, Eduardo buscará liderar esse vazio, com a força de um discurso jovem, alinhado aos grandes meios de comunicação, com a base de uma Marina Silva que saiu de 2010 com 20 milhões de votos, com os pés na esquerda e apoiado por setores da centro-direita, além de ser aprovado pela grande maioria dos seus governados. Está talhado para a política nacional: Ser um líder.
Sua campanha é política e não eleitoral, e se conseguir ocupar este espaço, será presidente, mesmo que não seja em 2014. Eduardo enxerga o vazio de agora, mas enxerga longe também.
E Lula só se elegeu presidente quando caminhou para o centro.
E Lula só se elegeu presidente quando caminhou para o centro.