terça-feira, 8 de julho de 2014

MINEIRAÇO: De quem é a culpa da vergonha da seleção brasileira na Copa do Mundo no Brasil?



Os jogadores são quem menos têm culpa na vergonha do resultado da seleção frente a Alemanha. Esta frase não é minha, é do pernambucano Ricardo Rocha, campeão do mundo pelo Brasil em 1994, em comentário do SporTV.

O Brasil acaba de levar uma aula de futebol da Alemanha, na Copa do Mundo realizada no Brasil, em uma semifinal, no Mineirão. Resultado final: 7 (sete) a um. Histórico que chega a doer.  #MINEIRAÇO

Culpar os jogadores, por mais que alguns não tenham jogado nada, é simples demais pro tamanho do estrago. Esquema tático, nuances do jogo, ... Tudo é muito superficial. Nem mesmo as ausências de Neymar e Tiago Silva podem explicar tamanho vexame. Acho até que se eles estivessem em campo seria a mesma coisa, pois Neymar, endeusado pela mídia, já não vinha sendo tão decisivo a nosso favor.

Culpar Felipão também é personalizar a culpa, e ela não tem um único endereço. Ele podia colocar qualquer time com os 23 jogadores convocados, e acho que o resultado seria muito próximo do que tivemos. Mas ele tem parcela da culpa sim. Sua arrogância ofende todo mundo. O jeito como se expressa é um exercício de desrespeito, principalmente para quem tem um cargo, praticamente, público. Além disso, a família Felipão virou a panelinha Felipão. Mas ele não é o único. Vimos na Copa do Mundo dezenas de técnicos simpáticos com a imprensa e o público, e no Brasil os técnicos são arrogantes e prepotentes. Chatos de galocha. 

O erro no Brasil é estrutural. Estamos fazendo errado. Tudo no Brasil tem algo de corrupção. Inclusive no futebol.

O ex-presidente Ricardo Teixeira deixou a CBF depois que foi pego em suas roubalheiras internacionais. Foi sucedido por José Maria Marín que não mudou nada. Colocou a outra máfia do Corinthians pra tomar conta e deu tudo errado com Mano Menezes e Sidney Sanches. 

Chamaram Felipão que era o queridinho da Globo pra tentar ajeitar as coisas. Mas não tem como voltar 20 anos no tempo. O mundo é outro. O futebol também avança. A Globo pra ganhar dinheiro endeusa jogadores, constroi ídolos que vendem de tudo e são garotos propaganda para seus clientes...  Nosso futebol virou uma bijouteria. Um manequim pra vender planos de internet móvel, refrigerante, desodorante e cueca.

Nosso futebol virou uma novela. Os atletas viraram atores, elogiados a cada centímetro quadrado pela Globo, a Vênus Platinada, incapaz de enxergar que estava tudo errado. Galvão não disgnostica erros, torna-se amigo dos jogadores numa grande troca de favores. Eu te vendo e tu me segura como grande locutor da televisão nacional.

O jogador bom é o que simula um penalty. A TV depois mostra que teve dois centímetros de camisa puxada. Neymar virou mestre em dar cambalhotas, e quando quebra a coluna ainda tem quem ache que é encenação. Culpa dele.

Jogamos uma Copa do Mundo meia boca. Em cinco jogos não pegamos uma candidata ao título. Só hoje, a Alemanha, e olha o resultado.

Recordando: Ganhamos da Croácia com um gol de penalty que Fred se jogou na área. O juiz foi excluído do mundial. Empatamos com o México. Ganhamos de Camarões que veio sob suspeita para o Brasil. Empatamos com o Chile, e levamos uma bola no travessão no último minuto. Vencemos nos penaltys. Ali o Brasil mostrou toda a falta de base emocional para a Copa. A seleção estava com os nervos à flor da pele.

Veio a Colômbia e ganhamos com gols dos zagueiros. Um gol de escanteio e outro de falta. Não tínhamos ataque. PelamordeDeus, Fred, não! 

Aí veio a Alemanha, para mostrar que ninguém é campeão do mundo sem merecer, e nós não merecíamos. Tem que jogar como campeão, e não jogamos nenhuma partida!

Ainda bem que perdemos desta forma, para repensar nossos valores, nossas instituições e nossas lideranças, pois o Brasil não pode mais viver de maquiagem da grande imprensa tentando enganar o povo!

O futebol nacional assassinou nossos clubes formadores de jogadores, principalmente no Nordeste do Brasil e no interior do país, para concentrar recursos públicos nos grandes do eixo Rio-São Paulo. Enquanto clubes tradicionais estão à míngua, os recursos das empresas nacionais estão enriquecendo quem vive no submundo do futebol.

A lama nacional não estava em campo nesta fatídica terça-feira, mas nos subterfúgios da nação. A corrupção na política e no futebol têm impedido o Brasil de ser a nação que o povo quer, e o mundo espera!

RÁDIO MÚSICA BRASIL MPB

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