O Banco Central decidiu aumentar nesta quarta-feira, 3, a taxa básica de juros, Selic, para 13,75% ao ano. O ritmo de 0,50 ponto porcentual de alta é o mesmo desde dezembro do ano passado e já era, portanto, amplamente aguardado pelo mercado financeiro. A alta da Selic é a sexta consecutiva, tendo iniciado logo após a eleição presidencial, no ano passado. Com a elevação, a Selic atinge o maior patamar em quase nove anos, quando estava em 14,25%, e volta ao nível de dezembro de 2008.
Com a credibilidade arranhada, já que há a avaliação de que o BC errou a mão dos juros no passado, o foco no combate à inflação está cada vez mais claro e faz parte da reconstrução da imagem da autoridade monetária. Até porque esse é o único mandato da instituição e sua diretoria não escapará de ter de enviar uma carta ao ministro da Fazenda justificando os motivos que a levaram a descumprir a meta de 4,5% de inflação este ano - as projeções estão na casa de 8%.
Meta, só em 2016. O BC já jogou a toalha em relação à meta de 2015 e promete entregar seu objetivo no fim de 2016. A tarefa deste ano, portanto, está concentrada em evitar que os efeitos da alta da inflação, principalmente causada por reajustes de tarifas públicas e alta do dólar, se propaguem pelos demais preços da economia.