sábado, 30 de janeiro de 2016

Acabou o dinheiro de Garanhuns?

O prefeito Izaías Régis passou três anos da administração esbanjando otimismo e guardando dinheiro. Em uma de suas declarações chegou a dizer que tinha R$ 15 milhões em caixa. Nesta situação cômoda chegou a ponto de pagar duas atrações para o Festival de Inverno, que custaram juntas quase meio milhão de reais.

O caixa de Garanhuns e sua forma de administrar se tornaram um fenômeno diante da situação de caos que vivem outros municípios da região. Em encontros com outros prefeitos, Izaías sempre deu dicas de como fazer para economizar, investir e ter dinheiro em caixa. Em uma reunião na Codeam, diante de mais de 20 prefeitos, portou-se como o exemplo para todos.

Mas de repente a fonte secou, logo após investir R$ 1 milhão no Natal Luz.

Pela segunda vez consecutiva a prefeitura coloca a situação econômica e a falta de recursos orçamentários para cancelar a realização de alguma coisa planejada.

A primeira foi o Festival de Jazz. 

Antes de Izaías, o evento era produzido com cerca de R$ 200 mil, alcançando resultados positivos, inclusive ganhando prêmios e mídia espontânea em todo o Nordeste. A atual administração elevou o patamar do Jazz em cerca de 200%, chegando a casa dos R$ 600 mil. 

Com o atual saldo em caixa, sem dinheiro, longe daquelas economias de outrora, a prefeitura preferiu acabar com o evento que voltar a realizá-lo nos patamares anteriores. Gravatá topou, a iniciativa privada chegou junto, e perdemos o grande evento que movimentava nosso trade turístico nesta época. Hotéis sem reservas, taxistas parados e restaurantes que vão fechar os três dias darão o tom do nosso carnaval.

Agora, a prefeitura anunciou obras na Av. Rui Barbosa, que entre outra situações de mobilidade urbana, iria diminuir drasticamente o passeio público nos canteiros centrais da avenida. Nas rádios (principalmente Marano), blogs e redes sociais, com grande impacto no Facebook e grupos de Whatsapp, a reclamação foi generalizada. A reprovação beirou quase a unanimidade.

Os principais argumentos da população foram a falta de necessidade, pois a avenida ainda não tem pontos de engarrafamentos crônicos que expliquem tal obra, sem contar no risco turístico e urbano de mexer na mais bela e panorâmica avenida da cidade. Além disso, outras áreas de grande fluxo precisam mais da intervenção pública. Bairros da periferia precisam de obras de infraestrutura. 

Os canteiros, além do aspecto paisagístico que embelezam a avenida, servem de passeio para os pedestres, que seriam obrigados a dividirem as calçadas, aliás, algumas mal conservadas. Chegou-se a falar em segurança, pois os pedestres nos canteiros corriam perigo. Balela, não há nenhum registro de atropelamento ali na história de Garanhuns. Não que eu lembre! Os ambientalistas ficaram com receio de novas árvores cortadas, já que a motosserra anda fazendo hora-extra na cidade.

A prefeitura voltou atrás após o impacto negativo da medida, em mais uma situação na qual não ouviu a população, nem antes nem depois. Pois anunciou a obra e depois soltou uma nota cancelando.

Porém na nota oficial, o argumento utilizado foi a falta de dinheiro. Foi pior! Comprova uma das duas coisas. Ou o cofre da prefeitura já não é mais o mesmo, ou não ouve a população! Era só ter olhado nas redes sociais ou conversado com as pessoas.

Assim, como o estacionamento na Praça Mestre Dominguinhos, fica o dito pelo não dito, a prefeitura volta atrás após a repercussão muito negativa e vida que segue.

Eu preferiria ter soltado uma nota assim: "A prefeitura planejava uma obra na Av. Rui Barbosa, mas ao ouvir a população, que se mostrou contrária à iniciativa... " - Não seria demérito nenhum afirmar que entendia o recado de sua gente.

RÁDIO MÚSICA BRASIL MPB

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