A vice-prefeita de Garanhuns, Rosa Quidute (PSB), assumiu o cargo de chefe do executivo municipal durante a viagem a Europa do titular, Izaías Régis, mas parece que o prefeito deixou o governo travado, sem que Rosa pudesse fazer muita coisa.
Durante o período, a prefeita recebeu populares e lideranças políticas no gabinete, que ficou com estrutura reduzida. Aproveitou e visitou comunidades, resolveu questões de abastecimento de água junto à Compesa, e principalmente, buscou atender a população e a justiça em duas grandes ações, a criação do segundo Conselho Tutelar, e a convocação de aprovados no Concurso Público. As duas situações, Izaías Régis poderia ter resolvido, mas preferiu protelar.
Contudo, a prefeita em exercício sentiu muita dificuldade com alguns dos secretários, que não deram satisfação, desligaram celulares, desviaram contatos e dificultaram qualquer medida que a prefeita pensasse em tomar. Rosa chegou a ir em secretarias e não encontrar os chefes. Estas ausências dificultaram várias medidas que a prefeita precisava tomar.
Vale lembrar que nenhuma delas era uma maluquice, mas ações que beneficiam diretamente à população. Por exemplo, municípios menores, segundo o IBGE, já contam com duas, ou até mais equipes de conselheiros tutelares, para atender crianças, adolescentes e famílias em situação de risco social. A própria justiça, atendendo o Ministério Público, já havia se manifestado pela criação. Segundo informações, a liminar junto ao Tribunal de Justiça que barrou o segundo conselho partiu da própria prefeitura, mesmo Rosa Quidute tendo enviado o Projeto de Lei para a Câmara pedindo a aprovação da segunda equipe no município. Foi a prefeitura contra a própria prefeitura.
O chamamento do Concurso Público é obrigatório, mas a atual gestão vem protelando, Rosa Quidute tomou a decisão correta. Fez a convocação de 59 aprovados, dando prioridade à Educação, já que iniciou o planejamento para o ano letivo e as aulas começam depois do carnaval.
Provavelmente, Izaías não contava ou não gostaria que a prefeita, no exercício do cargo, tomasse medidas deste tipo, e procurou evitar a criação de despesas, ou atividades com fim político, já que antecipou que não terá mais a vice na chapa de sua reeleição.
Os secretários, não todos, ignoraram a prefeita em exercício, e por ter sido tão claro, fica a impressão de ter sido intencional.
Será difícil que Izaías volte a entregar o cargo a Rosa durante o ano.