Perdemos o Festival de Jazz, dentre outras perdas.
Na década de 1960, o Banco do Brasil financiou a erradicação dos pés de café, empobrecendo nossa Garanhuns. Os agricultores venderam suas terras, dando lugar a produção de leite, a qual necessita de apenas um vaqueiro para cuidar do gado. Enquanto que a produção de café empregava milhares de pessoas.
Perdemos a produção de flores, leite, frutas, algodão, etc. Perdemos diversas fábricas, a exemplo da Hora Norte, CID, Costano, Arados Paraguassú, dentre outras. Perdemos diversos cinemas, o carnaval e o São João.
Com o desmatamento, perdemos o clima, as árvores, a paisagem. Perdemos a FAMEG (Faculdade de Medicina de Garanhuns). Perdemos para a SOCICAM (empresa que faz a manutenção do Terminal Rodoviário de Passageiros) a homenagem a “João Tude de Melo”, uma vez que a logomarca foi retirada.
Perdemos os oito anos do Governo Lula, nas administrações de Silvino Duarte (oriundo de Princesa Izabel/PB) e Luiz Carlos (natural de Calçados/PE).
Perdemos para o capital a preservação da natureza. Viramos um depósito de lixo, metralhas e de carros danificados, as margens das rodovias.
Perdemos parte da Colina Antas, onde foi realizado, indevidamente, um corte horizontal, como também da Colina do Magano, na qual foi executado um corte trapezoidal para implantação da rodovia BR 423.
A onde se localiza a Colônia de Férias do SESC, outrora pertencia ao Parque Ruber Van der Linden (Pau Pombo).
Perdemos vasta extensão territorial com a implantação dos municípios de Brejão, Caetés, Paranatama e São João.
Há muito tempo deixamos de participar do Campeonato Pernambucano de Futebol, isto é, da primeira divisão.
Perdemos nossa representação parlamentar, seja estadual, seja federal.
Perdemos a auto-estima, assim, quando terminar o mandato, em 2016, do prefeito Izaías Régis, vai completar 40 anos que Garanhuns é governada por políticos oriundos de outras cidades. Portanto, quase meio século de atraso, aventurismo e desperdício. Há diversos políticos da Legião Estrangeira que sequer estudaram nos colégios do Garanhuns. O último prefeito, natural de Garanhuns, o qual tinha uma prática comunista, foi o nosso conterrâneo Amílcar da Mota Valença, homem sério e honesto, voltado para a educação e o bem comum.
Nossos conterrâneos estão tão carentes de espírito que, quando um prefeito pavimenta uma rua, é como se fosse uma obra divina, apesar do prefeito ser pecador. Há diversos pavimentos, os quais já foram recapeados tantas vezes que já se encontram com a cota do leito superior a da calçada. Além do mais, em alguns trechos, não resistem ao trânsito e a chuva, dissolvendo-se.
Perder o Festival de Jazz, representa uma manobra da Legião Estrangeira contra a cultura, o entretenimento e o turismo, da nossa querida, amada e explorada Garanhuns. O Prefeito do município faz e diz o que quer com suas ações e bravatas.
O pessoal do Governo Municipal afirma que o Festival de Jazz deverá voltar em 2017. Mas, eles se esquecem que em 2016 haverá eleições para prefeito e certamente os nossos conterrâneos elegerão, após 40 anos de dominação da Legião Estrangeira, um Prefeito genuinamente garanhuense.
Perder o Festival de Jazz e entregar de bandeja para Gravatá é uma prova clara e evidente que a atual administração municipal não tem planejamento socioeconômico, cultural e turístico, a qual é dominada pela Legião Estrangeira.
Por Paulo Camelo de Holanda Cavalcanti*
*Engenheiro civil, ex-líder estudantil, ex-candidato a prefeito do Garanhuns e militante do PCB